Ministro da Economia diz que decisão do Reino Unido não é correta nem objetiva

Decisão foi conhecida ontem

Pedro Siza Vieira, ministro da Economia, defendeu esta quinta-feira, 10 de Setembro, que a saída de Portugal da lista de países seguros do Reino Unido não é correta, nem fundamentada por razões objetivas.

«Não é uma decisão correta, que seja fundamentada por razões objetivas de controlo da doença. O Reino Unido não cumpre o critério que definiu para a quarentena dos visitantes», afirmou Siza Vieira, que falava aos jornalistas à margem da inauguração da nova sede da Auchan Retail Portugal, em Paço de Arcos (Lisboa).

O governante lembrou ainda que a União Europeia definiu que os países não devem aplicar «restrições à circulação» dos cidadãos dentro do espaço europeu.

Por outro lado, Siza Vieira notou que os operadores económicos e turísticos vão ter um ano ainda mais difícil na sequência desta decisão.

«Para os cidadãos britânicos, também não tem qualquer fundamento. Uma pessoa que possa estar em férias em Portugal ou em negócios de repente é confrontado com esta decisão», exemplificou.

O Governo britânico retirou Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido.

«Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias», escreveu o ministro dos Transportes Grant Shapps, na rede social Twitter.

De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 4h00 de sábado em Inglaterra.

A Escócia já tinha excluído Portugal da sua lista de “corredores internacionais” a partir de 5 de Setembro, enquanto que o País de Gales aplicou restrições um dia antes, mas manteve a Madeira e Açores isentos de quarentena.

Grant Shapps acrescentou que a Suécia vai passar a estar isenta de quarentena.

Portugal só foi incluído na lista dos países com “corredores de viagem” com o Reino Unido há três semanas, a 20 de Agosto, porém o aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o nível de 20 casos por 100 mil habitantes.

Na altura, Shapps alegou que não excluiu Portugal devido à “taxa de positividade” em declínio.

 



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