PS Lagoa entende preocupação de Ferragudo e «não compactua» com dragagens no Arade

PS Lagoa diz que APS não teve em consideração todas as partes afetadas pelo projeto

O PS de Lagoa considera «legítima» a indignação da população de Ferragudo com o “Projeto de dragagem para aprofundamento e alargamento do canal de navegação do porto de Portimão“. Os socialistas lagoenses, em comunicado, consideram que «sendo Ferragudo considerado a “Pérola do Algarve”, não pode o PS Lagoa permitir uma descaracterização desta vila que é um postal de atração turística local reconhecida mundialmente».

Tal como o Sul Informação avançou, a população de Ferragudo não quer que seja feita a deposição de areias tiradas do fundo do Rio Arade nas praias do Molhe e do Pintadinho, como prevê o Estudo de Impacte Ambiental do projeto das dragagens, apresentado pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), que esteve recentemente em consulta pública.

Em comunicado assinado por Francisco Martins, que deixou o cargo de presidente da Câmara de Lagoa no atual mandato, o PS realça que «num momento em que uma das bandeiras do Partido Socialista nacional é a defesa de um turismo de qualidade e sustentável, e em que foi feito um investimento considerável em divulgar por todo o mundo vídeos e imagens das “nossas” maravilhosas costas, praias paradisíacas e locais de sonho, parece-nos que as sequelas de uma intervenção desta amplitude e o próprio desenvolvimento do “turismo de cruzeiro”» deveriam ser «uma preocupação, não apenas local mas também regional».

Os socialistas esclarecem que não está em causa «qualquer tentativa ou vontade de impedir um progresso potenciador de riqueza para as populações e consequentemente para a região», mas consideram que «a APS não teve em consideração todas as partes que serão afetadas pelo projeto em causa» que não foi «debatido em tempo útil com as populações e entidades de todo o concelho de Lagoa, que merecem contribuir para a melhoria ou rejeição das intervenções que coloquem em causa o seu património e o seu bem-estar».

Para o PS Lagoa, há «várias questões sem resposta» e a «informação disponibilizada não contribui para uma aceitação pacífica das decisões apresentadas», o que vai levar a concelhia a pedir reuniões «com as várias entidades responsáveis envolvidas».

Tendo «dúvidas sobre os benefícios económico-financeiros» e sobre «as consequências negativas que uma obra desta natureza sempre acarreta, o PS Lagoa não aceita ficar com o ónus de compactuar com um projeto cujos impactos ambientais, patrimoniais e sociais, poderão trazer danos irreparáveis para as gerações vindouras», conclui o comunicado.

 



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