Situação no Algarve «está controlada», mas jovens turistas em Albufeira preocupam

Numa altura de desconfinamento, é necessário «encontrar soluções de equilíbrio»

A situação epidemiológica do Algarve «está controlada». Esta foi a ideia forte deixada na conferência de imprensa de balanço da pandemia na região, realizada esta sexta-feira, 10 de Julho, onde se admitiu, porém, que casos como o dos jovens holandeses em Albufeira são «preocupantes». 

António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, vincou essa mensagem de que a pandemia na região «está controlada». «Depois do grande esforço dos profissionais de saúde, dos colegas autarcas, sim, digo que está controlada», considerou.

O líder da AMAL admitiu que, neste momento, o que mais o preocupa é «a situação do ponto de vista económico e social», devido à queda do turismo, o principal setor de atividade da região.

Ainda assim, o também presidente da Câmara de Olhão disse, aludindo ao caso de Odiáxere (Lagos), que «poderá sempre surgir, amanhã, uma festa que ninguém conhece e que provoque um pico».

 

António Pina – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

 

Nos últimos dias, a região tem tido «uma descida dos novos casos», segundo Ana Cristina Guerreiro, delegada regional de Saúde, apesar de já estarmos «no início da época balnear e, neste momento, a nossa população já ser superior ao normal».

Atualmente, segundo Paulo Morgado, presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, o valor do r (taxa de contágio) na região «é inferior a 1».

Para Ana Cristina Guerreiro, «é natural que haja um acréscimo no número de casos diários», considerou. Atualmente, a região tem um total acumulado, desde o início da pandemia, de 693 casos, mas também 416 recuperados, o que faz com que haja apenas 260 casos ativos.

Paulo Morgado também disse que o atual panorama «se caracteriza pelo aparecimento de surtos de maior ou menor dimensão».

«É essa a situação do ponto de vista do Algarve e do resto do país. O que estamos a fazer é um controlo apertado assim que detetamos um caso e, a partir daí, é fundamental o isolamento», explicou.

 

 

Em relação ao recente caso de uma funcionária infetada com a Covid-19 no lar da Misericórdia de Loulé, Ana Cristina Guerreiro vincou que os testes a utentes e funcionários já estão a ser feitos, enquanto José Apolinário, secretário de Estado que é o coordenador do Estado de Alerta no Algarve, disse que a região tem capacidade e está em «prontidão» para reagir, tendo em conta o desenrolar dos acontecimentos.

Nos últimos dias, a presença de centenas de jovens holandeses na Rua da Oura, em Albufeira, obrigou a GNR a intervir devido a não estarem a ser cumpridas as regras decretadas pela Direção-Geral da Saúde. Questionada sobre o caso, Ana Cristina Guerreiro admitiu que a situação «é preocupante».

«É algo que já conhecemos, Verão após Verão, com muitos jovens, muito álcool, e isso, em contexto de Covid-19, é um cenário negativo. Estamos atentos e, em conjunto com os decisores, a tentar encontrar medidas que possam minorar esses riscos», disse.

«Vivemos todos numa situação não normal e os jovens têm de moderar o seu convívio, arranjar maneiras de conviverem com menor risco, ao ar livre, em espaços mais abertos, com utilização de máscara enquanto não estão a consumir e com algum distanciamento, desde que as pessoas se consigam ouvir umas às outras», acrescentou.

No fundo, numa altura de desconfinamento, é necessário «encontrar soluções de equilíbrio». Essa ideia, de resto, foi defendida também por José Apolinário que adiantou ainda que estão a ser pensadas ações de sensibilização específicas para esta faixa etária.

«A resposta tem de ser encontrada entre todas as estruturas e não é fácil. Temos consciência de que, ao abrirmos, vamos ter mais risco e mais casos, mas é neste equilíbrio que se encontrará a nossa solução para este Verão», disse a delegada regional de Saúde.

Nesta equação, os bares e discotecas são ainda uma incógnita. Os espaços continuam fechados, mas também se sabe que, para algum tipo de turistas, são um chamariz para vir passar férias ao Algarve.

A delegada regional de Saúde considerou que os bares e discotecas «são espaços com um grande risco de transmissão, porque são fechados, funcionam com ar condicionado, sem possibilidade de utilização do ar exterior».

Quanto à decisão do Reino Unido de deixar Portugal da lista de países seguros para viajar, conhecida há uma semana, ainda faz mossa, com António Pina a não ser brando nas palavras.

Para o presidente da AMAL, «se os britânicos olhassem para os números deles e para os nossos, fugiam todos de lá e vinham para cá».

É que, defendeu, «é muito mais seguro viver no Algarve do que no Reino Unido».

Para os turistas que vêm, António Pina disse que a ideia é passar uma mensagem de «um Algarve de qualidade, com excelentes praias e gastronomia».

 

 

 

Está na hora de nos ajudar a fazer o Sul Informação!
Contribua com o seu donativo, para que possamos continuar a fazer o seu jornal!

Clique aqui para apoiar-nos (Paypal)

Ou use o nosso IBAN PT50 0018 0003 38929600020 44

 



Comentários

pub