Proprietária de terreno no Ancão quer fazer reflorestação depois dos pinheiros abatidos

«Não houve qualquer intenção deliberada de ferir eventuais valores e património ambiental, pois isso contrariaria os pressupostos da limpeza que se entendeu empreender», diz a empresa proprietária

A Lisfina, empresa proprietária do terreno, na Praia do Ancão, onde foram abatidos pinheiros mansos, pretende «promover uma reflorestação».

Este abate, feito num território que se situa ainda no Parque Natural da Ria Formosa, abrangeu «inúmeros» pinheiros mansos, alguns deles centenários.

Para pedir autorização, como o Sul Informação já contou, a empresa alegou que estes seriam pinheiros decrépitos e secos, mas não eram e os trabalhos foram mesmo embargados pelo ICNF.

Em comunicado enviado às redações, a Lisfina –  Investimentos Imobiliários e Turísticos de Lisboa reage, agora, dizendo que a «intervenção levada a efeito partiu das melhores intenções de minimizar a carga de combustível e a perigosidade de incêndio do local, além de procurar valorizar o local, do ponto de vista paisagístico».

A empresa proprietária do terreno dá conta de que sempre quis – «e agora reforça o interesse» – em fazer «uma reflorestação do terreno e, em complemento, promover a reposição, restabelecimento e valorização ambiental e paisagística».

«Não houve qualquer intenção deliberada de ferir eventuais valores e património ambiental, pois isso contrariaria os pressupostos da limpeza que se entendeu, numa atitude proativa e valorizadora do ambiente, empreender», acrescenta.

A Lisfina explica que teve, «desde sempre, a vontade e o desígnio de beneficiar do ponto de vista paisagístico e ambiental o local, em simultâneo com a redução da perigosidade de incêndio, afastando toda e qualquer intenção de beliscar os valores ambientais».

Certo é que, da parte da Câmara de Loulé, as acusações não foram brandas, dizendo que o abate destes pinheiros era «um crime ambiental».

Neste comunicado, a Lisfina garante que «sempre atuou com transparência, como comprovarão os registos, quer no sentido de comunicação prévia ao início dos trabalhos, quer na total disponibilidade para receber e prestar todas as informações às equipas de fiscalização [do ICNF], com o objetivo de clarificar a situação, bem como partilhar os registos fotográficos que efetuou antes e durante a intervenção».

Quanto a uma relação «entre os trabalhos de limpeza do pinhal e as obras de construção dos parques de estacionamento», a empresa diz que «não tem qualquer responsabilidade ou intervenção».

«A Lisfina está, aliás, surpreendida pela intensa decapagem do solo e impermeabilização decorrentes dessas obras, às quais é totalmente alheia», acrescenta.

«Todos os trabalhos que nos propomos desenvolver, serão prosseguidos em respeito integral pelos instrumentos de planeamento e de boas práticas e sempre em estreita articulação e parceria com as entidades tutelares, designadamente, o competente ICNF», diz ainda.

Quantos aos moradores, a Lisfina garante que «compreende as preocupações», deixando uma palavra de tranquilidade porque a «empresa está a beneficiar um terreno que encerrava problemas de desenvolvimento sustentável e perigo de incêndio, devolvendo-lhe a beleza e dignidade que a região merece».

De resto, a empresa diz que «apresentará oportunamente os melhoramentos que preconiza para o local, integrados na dinâmica de valorização e requalificação em curso e sempre no estrito respeito dos valores da natureza, sustentabilidade e preservação dos ecossistemas».

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