Na manhã de segunda-feira, a Câmara de Portimão anunciou que os testes à Covid-19 feitos a professores e funcionários das escolas secundárias que nesse dia reiniciavam atividade tinham vindo negativos. Mas, depois de vários comentários de membros da comunidade educativa a garantir que não tinham feito o teste, a autarquia esclareceu que estes exames apenas foram feitos aos trabalhadores das Secundárias da Bemposta e Poeta António Aleixo e não aos da Secundária Manuel Teixeira Gomes.
Uma situação que motivou fortes críticas por parte do PSD, que fala num «erro grave» e lamenta a «prioridade» do executivo camarário PS «em dar informação totalmente errada pelas 8h29, com alteração apenas pelas 20h00 horas desta segunda-feira, após insatisfação de dezenas de professores e funcionários».
Os social-democratas manifestaram «estranheza e preocupação» com a falta de rigor da informação prestada pela Câmara e pelo facto de «dezenas de portimonenses pertencentes à comunidade escolar terem tido a necessidade de vir a público alertar que a informação era errada e que nem todos haviam sido testados para a Covid-19».
Uma situação que, segundo a Câmara de Portimão, se deve a uma atraso por parte da direção da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes – onde houve casos confirmados de Covid-19 -, que não enviou a lista dos professores e funcionários a testar atempadamente.
Segundo um esclarecimento feito na rede social Facebook, num aditamento ao post original sobre os testes negativos à Covid-19, a autarquia começa por explicar que, no dia 12, solicitou a todas as escolas secundárias do concelho que entregassem até às 13h00 do dia 14 de Maio «a lista dos funcionários e professores que pretendiam efetuar teste à Covid-19, face à disponibilidade da autarquia de Portimão em suportar os encargos financeiros com os testes».
O prazo de entrega acabou por ser estendido até à meia-noite de dia 14, tendo «todos os funcionários e professores, cujos nomes e contactos foram disponibilizados» até esse momento, realizado testes «a tempo e horas».
«Neste sentido, todos os funcionários e professores da Escola da Bemposta e da Poeta António Aleixo realizaram os testes e tiveram conhecimento dos resultados dos mesmos antes do reinício das aulas», assegurou a Câmara.
«Não foi, lamentavelmente, este o caso dos funcionários e professores da Escola Secundária Manuel Teixeira Gomes, cujas listagens só nos foram fornecidas pela direção da escola na tarde de sexta-feira, dia 15 de maio, 24 horas depois da data definida como limite», assegurou a Câmara de Portimão.
Desta forma, «tal como foi oportunamente comunicado à direção do Agrupamento, os professores e funcionários da ESMTG que se predispuseram a fazer o teste foram contactados desde as 8h00 de hoje [segunda-feira] para marcar o teste, mantendo-se a intenção da Câmara em assegurar esta iniciativa de âmbito local».
Esta justificação não apaziguou a oposição, nomeadamente Carlos Gouveia Martins, o presidente do PSD/Portimão.
«Primeiramente, deveria o município ter a certeza de quantos portimonenses da comunidade escolar testou e, até anteriormente, devia referir que tipo de teste adquiriu, porque há diversos testes laboratoriais e ficamos sem saber se estamos perante um teste imunológico ou outro tipo de teste de diagnóstico para a doença Covid-19. Mas é evidente que a preocupação foi apenas de aparência», considerou o dirigente partidário.
«É de louvar que o município queira testar, independentemente do tipo de teste, a comunidade, para adquirir uma ferramenta essencial para estudos epidemiológicos e saber qual o padrão de imunidade que temos em Portimão. Mas, por outro lado, é lamentável que se utilize algo tão sério para passar uma imagem que afinal não existe, como se comprova pelas muitas palavras de portimonenses que na teoria tinham sido testados e não foram», acrescentou Carlos Gouveia Martins.
O presidente do PSD/Portimão prometeu que irá questionar o executivo «com seriedade» já esta quarta-feira e «pedir esclarecimentos, porque é uma matéria que não pode ser desvirtuada. Acima de tudo, esperamos que o Município retome o caminho de seriedade que vinha a ter e primeiro pense nas medidas e depois nas capas de jornais ou chavões para redes sociais».
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