Ministra apela às entidades regionais de saúde que «não deixem de partilhar informação»

Marta Temido pediu, contudo, que, quando fazem boletins, as entidades regionais afiram os dados pela «DGS, esclarecendo eventuais discrepâncias»

A ministra da Saúde apelou, este sábado, 11 de Abril, na conferência de imprensa diária, para que as entidades regionais e locais de saúde «não deixem de partilhar informação», sobre os dados relacionados com a Covid-19. 

Esta é uma situação que se tem verificado um pouco por todo o país – com críticas dos autarcas – e o Algarve não é exceção.

A Administração Regional de Saúde (ARS) chegou a divulgar um boletim diário, com a distribuição dos casos pelos concelhos, mas deixou de o fazer por ser uma «prática que estava a causar ruído» junto do Ministério da Saúde e da Direção-Geral da Saúde, como chegou a admitir a delegada regional de saúde.

Desde então, os únicos dados disponíveis, a nível regional, são os do boletim da DGS, mas hoje a ministra Marta Temido garantiu que «não há qualquer proibição de partilha de informação» por partes das autoridades regionais.

«Há, sim, o apelo claro a todas as entidades que integram o Ministério da Saúde, como autoridades locais e regionais, para que se concentrem no envio de informação atempada e consistente para o nível nacional», acrescentou.

«A DGS está, neste momento, a trabalhar numa metodologia que permita que as entidades regionais possam também aferir aquilo que são os seus próprios reportes informativos pelos mesmos períodos de tempo», explicou.

 




A ministra apelou mesmo para que «as entidades regionais e locais não deixem de partilhar informação com as entidades com quem articulam, mas que tenham a preocupação de que, quando fazem boletins, os aferirem pela DGS, alertando e esclarecendo eventuais discrepâncias».

Ainda assim, e apesar deste apelo, Marta Temido considerou que «boletins parcelares podem ser causadores de análises fragmentadas».

«O que nos preocupa é que a informação de fontes oficiais seja reportada ao mesmo momento horário – se assim não for, teremos naturais divergências de dados que causam perturbação. Por outro lado, preocupa-nos que a granularidade da informação possa pôr em causa o segredo estatístico e isso não é admissível. Por último, temos que ter em atenção que algum tipo de informação apenas pode ser coligido por entidades oficiais», assumiu a governante.

A pequena dimensão dos dados, referiu, também poderá levar à «violação do segredo estatístico».

Quanto às discrepâncias entre os números apresentados no boletim da DGS «e a realidade concelhia», Marta Temido explicou que «temos sido confrontados» com este tema.

«Chamo à atenção, uma vez mais, para a nota de rodapé que todos os dias tem acompanhado o quadro – a informação apresentada refere ao total de notificações clínicas no sistema SINAVE, correspondente a 78% dos casos confirmados», disse. Ou seja: não engloba a totalidade dos dados.

Em relação aos concelhos com menos de três casos confirmados, nem aparecem nesta contabilização concelhia.

«Quanto os casos confirmados são menos de três, por motivos de confidencialidade, não são apresentados», explicou a governante.

«Mesmo que todos estejamos a viver tempos de exceção relativamente a este tema, a proteção de dados e a ética na investigação têm obviamente que ser garantidas. Para que todos possamos ser agentes de saúde pública, ninguém, nem emissor, nem recetor, pode abdicar de um enorme esforço de comunicação e essa comunicação tem que ser totalmente responsável», concluiu.

 

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