Graça Freitas e os desacertos nos dados: «não estamos aqui uns contra os outros»

Diretora-geral da Saúde disse que é necessário «conciliar estas diferenças nos reportes», mantendo, ainda assim, o direito à «confidencialidade»

«Não estamos aqui contra ninguém, nem uns contra os outros». O tema do «desacerto» dos dados sobre a Covid-19, entre a Direção-Geral da Saúde e as entidades regionais e locais, voltou a ser abordado na conferência de imprensa deste domingo, 12 de Abril. Graça Freitas, diretora-geral da Saúde, reconheceu que é necessário «conciliar estas diferenças nos reportes», mantendo, ainda assim, o direito à «confidencialidade». 

O tema já tinha sido falado na conferência de ontem, com a ministra Marta Temido a dizer que «não há qualquer proibição» da partilha de informação por parte das entidades regionais de saúde.

Hoje, a questão voltou a ser abordada, mas por Graça Freitas.

«Como sabem, nós temos uma organização no nosso território que se baseia numa rede de autoridades de saúde. Essas autoridades, tratando-se esta crise de uma crise sanitária, têm acesso à mesma informação que o nível nacional tem, nomeadamente o SINAVE», começou por explicar.

A diretora-geral da Saúde assumiu, contudo, que pode haver «acertos e desacertos na informação», explicando o porquê.

«Uma pessoa pode ter o registo nacional de utente numa determinada região ou localidade, mas, depois, na prática, já tem a sua residência noutra localidade. Pode ainda acontecer ter adoecido noutro sítio. Estes desacertos, quando se vai ao nível micro do concelho ou da freguesia, podem dar números diferentes. O mesmo cidadão pode estar registado num lado, residir no outro e adoecer em outro ainda», exemplificou.

Para Graça Freitas, «não há que criar crises com estas diferenças granulares na informação».

«Temos é de ter muito cuidado e isso é um apelo que faço para não se infringir aquilo a que se chamam as regras de confidencialidade. Há regras nacionais, decididas pelo Instituto Nacional de Estatística, que preservam os direitos das pessoas», realçou.

«Há informação micro, nomeadamente abaixo de três casos, que não deve ser publicada para não trair a confidencialidade dos dados. As pessoas têm direito à reserva da sua vida. Chamo à atenção para que esta vontade de divulgar dados, numa determinada aldeia, num determinada vila, num determinado concelho tem que ter sempre em conta que números muito pequenos em unidades territoriais pequenas levam a que não se cumpra a regra estatística», acrescentou.

Na opinião da diretora-geral da Saúde, o que é preciso é «conciliar estas diferenças nos reportes».

«Temos de colaborar uns com os outros para acertar metodologias, sendo que volto a dizer esta é uma crise sanitária e a rede de autoridades de saúde será a rede que melhor informação terá, sem prejuízo que outras entidades no terreno tenham também informação», acrescentou.

Só que, concluiu, era «bom que se concertassem para que houvesse apenas um reporte e esse respeite as regras estatísticas», concluiu.

 

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