Bares e discotecas a fechar às 23h00, restaurantes e esplanadas com a «máxima distância de segurança possível entre mesas», atividades interrrompidas ou reduzidas nos ginásios, que devem intensificar a higienização e garantir a ventilação, comércio local a admitir o máximo de 10 clientes de cada vez, grandes superfícies a evitar «aglomerações de pessoas» e garantindo «margem de segurança» nas linhas de caixa, bem como «desinfetantes para uso público».
Quanto à comunidade escolar, cujos estabelecimentos de ensino foram fechados, deve «permanecer em casa». No que diz respeito à população em geral, deve evitar «deslocações/viagens, bem como grandes aglomerações, quer sejam em espaços fechados ou abertos», nomeadamente na praia, parques infantis, jardins públicos, centros comerciais, cinemas, entre outros locais.
Estas são as recomendações que a Câmara Municipal de Portimão hoje lançou, para a população do concelho. Em conferência de imprensa, a presidente Isilda Gomes admitiu que o concelho, onde já há cinco casos confirmados de Covid-19, os únicos até agora oficialmente registados em todo o Algarve, está a «passar uma situação muito difícil».
Por isso, a autarca lançou um «apelo muito forte a toda a população de Portimão para que seja responsável, faça a sua parte e siga as recomendações».
É que, garantiu, quer as medidas tomadas logo na segunda-feira (fecho de duas escolas e dos equipamentos municipais desportivos e culturais, bem como cancelamento de eventos da autarquia ou dos clubes e coletividades), quer este novo rol de medidas foram «todas sancionadas e apoiadas pela autoridade local de saúde pública».
Isilda Gomes fez mesmo questão de salientar que, ainda antes de a Câmara anunciar estas recomendações, já um espaço de diversão noturna na cidade, o Bar Marginália, tinha decidido «cancelar a música ao vivo que costuma apresentar». «É uma atitude responsável!», sublinhou. Mas também empresários de espaços da Praia da Rocha, com os quais a presidente da autarquia já falou, «estão a receber bem esta recomendação para fecharem às 23 horas».
Na conferência de imprensa, Isilda Gomes anunciou ainda que o folheto da campanha «Seja Responsável! Faça a sua parte. Siga as recomendações» vai ser distribuído por todo o concelho de Portimão «maciçamente», de modo a que «toda a gente tenha acesso a esta mensagem». «Acredito que juntos vamos parar o coronavírus».
Questionada sobre se, devido ao impacto do Covid-19 na economia, o concelho vai precisar de ajuda do Governo, a presidente admitiu que deverá mesmo «precisar de apoio. E aquilo que a Câmara puder fazer, fará!».
Exemplo disso mesmo, revelou, é a decisão de «isentar as esplanadas do pagamento da taxa municipal, durante o período em que estiverem em vigor estas medidas».
Isilda Gomes explicou que «só há duas opções: ou tomar decisões corajosas e responsáveis, ou sujeitar-nos a que a economia caia e seja muito difícil recuperá-la. Se num mês ou dois não pararmos o coronavírus, isto arrasta-se pelo Verão e, aí sim, teremos um problema muito grave». Em relação às medidas de contenção, «é preferível pecar por excesso, que por defeito».
A comunidade tem de perceber que «isto não é só um problema das empresas, das escolas ou da Câmara, é de todos os cidadãos», acrescentou a edil.
Apesar das recomendações e das medidas tomadas, «não vamos todos entrar em paranóia, vamos ter confiança nas profissionais de saúde». É que, concluiu a presidente da Câmara de Portimão, «a seguir ao coronavírus, o pior vírus é o alarme social. É preciso fazer as coisas com calma, sem perdermos a noção. Não vale a pena estarmos todos a correr às farmácias e aos supermercados, a pensar que mundo acaba amanhã. Não acaba!».
Fotos: Elisabete Rodrigues | Sul Informação
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