Centro de colheita Covid-19 está pronto a abrir no Portimão Arena…mas a ARS Algarve ainda não deu autorização

Centro semelhante funciona desde segunda-feira junto ao Estádio Algarve e a bom ritmo

As tendas estão montadas há já três dias e foi acautelado tudo o que é preciso para que o Algarve tenha mais uma estrutura a fazer testes à Covid-19. O que não há é luz verde da parte da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve para que o centro de rastreio drive-thru instalado no Portimão Arena comece a funcionar.

Apesar do investimento e esforço feitos pela Câmara de Portimão, que assegurou toda a parte logística, e pelo Algarve Biomedical Center (ABC), que operacionalizou o centro de rastreio – à semelhança do que fez no que está já em funcionamento no Estádio Algarve -, Paulo Morgado, presidente da ARS Algarve, não deu ainda a necessária autorização para que a operação se inicie e nem sequer é certo que o faça.

«Que eu saiba, ainda não há uma decisão tomada. Ainda não temos a autorização para abrir, será a ARS a decidir o que será feito. Da nossa parte, nós operacionalizamos: fazemos a preparação, montamos as coisas e estamos preparados para a abertura. Neste momento, estamos apenas a finalizar detalhes», disse ao Sul Informação Nuno Marques, diretor do ABC.

«Não sei quando abrirá. A decisão sobre se abre ou não cabe exclusivamente ao senhor presidente da ARS, que é quem coordena o setor aqui no Algarve», acrescentou o mesmo responsável.

Entretanto, a ARS anunciou que vai ser criada uma rede de 13 Postos de Colheita Covid-19 convencionados, distribuídos pelo Algarve, e que servirão para efetuar os testes prescritos nas ADC-Comunidade/Centros de Saúde e através da linha SNS24, em articulação com os laboratórios privados da região.

Com a inclusão na rede de despistagem destes agentes privados, devido à entrada na fase de mitigação da epidemia de Covid-19, poderá estar em causa a entrada em funcionamento do centro de rastreio entretanto criado em Portimão.

Isilda Gomes, presidente da Câmara portimonense, manifestou, em declarações ao nosso jornal, a sua «estranheza» pelo facto do centro de colheita que foi instalado no seu concelho ainda não estar a funcionar. «Nós correspondemos de imediato ao que o diretor do ABC nos solicitou. Instalámos as tendas, preparámos tudo do ponto de vista logístico. E agora há dois ou três dias que estamos à espera de autorização do senhor presidente da ARS…»

A autarca estranhou ainda que, aparentemente, a ARS Algarve «prefira que as pessoas façam os testes junto ao Centro de Saúde, onde se aglomera muita gente, em vez de esses testes serem feitos neste centro de colheita, onde as pessoas chegariam de carro, sem precisar de sair dele, assim reduzindo, para todos, a possibilidade de contágio».

 

As duas tendas do centro de colheita instalado junto ao Estádio Algarve

 

Este impasse em Portimão nada tem a ver com o centro de rastreio que já está a funcionar desde de segunda-feira no Estádio Algarve (Faro/Loulé), também ele dinamizado pelo ABC, experiência que «tem corrido muito bem», assegurou Nuno Marques.

«Só no dia de ontem, foram feitos perto de cem testes. O que é que isto significa? São menos cem pessoas nas urgências dos hospitais com sintomas de Covid-19. Nós fomos aumentando o número de colheitas gradualmente, ao longo da semana. Mas posso dizer-lhe que todos os pedidos que nos foram feitos, foram colhidos ou no próprio dia, ou logo no dia seguinte, consoante a hora a que nos chegou a solicitação», revelou ao nosso jornal o diretor do Algarve Biomedical Center.

Nuno Marques assegurou, por outro lado, que, «até esta data, não houve falhas que nos obrigassem a suspender, em nenhum momento, a nossa atividade. Temos uma reserva de material que nos permite funcionar e estamos a obter mais diariamente».

«Tanto quanto eu saiba, o Algarve não esteve ainda, em nenhuma altura, sem o material necessário, nem prestes a ter de suspender a sua atividade», acrescentou.

«Neste momento, estamos a funcionar a um quarto da nossa capacidade total. Podemos ir para além das quatro centenas de testes por dia. Mas a nossa capacidade e a forma como nos organizamos dependerá sempre do número de pedidos», explicou.

O centro poderá, por exemplo, começar a trabalhar no período noturno, algo que até agora foi considerado desnecessário, pois os destinatários deste equipamentos «são pessoas que podem estar em casa», pelo que também podem esperar pelo dia seguinte, se for necessário.

«Não faz sentido fazê-las ir lá de madrugada. Não estamos a falar de pessoas que têm sintomas que indicam que precisam de internamento hospitalar. Estamos a falar de sintomatologia ligeira», diz.

O diretor do ABC aproveita para deixar um apelo: «não vale a pena as pessoas virem diretamente para cá. Nós contactamos as pessoas para agendar uma hora, para que não estejam ali naquele incómodo, como temos visto em alguns sítios, onde estão em filas, dentro dos carros. Há marcação de hora e nós temos capacidade para fazer a colheita em menos de cinco minutos».

 

 

 

 

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