Raquel Jacob quer pôr a Associação Académica a dar bolsas de estudo

Raquel Jacob tomou posse como presidente da AAUAlg

Raquel Jacob – Foto: Hugo Rodrigues|Sul Informação

Uma bolsa de estudo por cada uma das oito unidades orgânicas da Universidade do Algarve (UAlg), trabalhar em parceria com os serviços de ação social da instituição para melhorar as  condições de vida e de estudo dos estudantes e apostar mais nos Núcleos e Secções Autónomas são as grandes bandeiras de Raquel Jacob, a nova presidente da Associação Académica, que tomou posse ontem, dia 7, no Grande Auditório do Campus de Gambelas, em Faro.

A jovem estudante da UAlg, que venceu as eleições de dia 3 de Dezembro e sucede a Pedro Ornelas, iniciou o seu mandato de um ano apontando baterias ao bem estar dos colegas, em diversas vertentes. Desde logo, as condições para poder prosseguir os estudos no Ensino Superior.

Para isso, a associação está à procura de parceiros empresariais que se disponibilizem a financiar oito bolsas no valor de um ano de propinas.

«Ainda neste mandato, mas não para esta fase inicial, pois é muito difícil de concretizar – ainda que seja possível -, queremos avançar com a atribuição de bolsas de estudo, uma por cada unidade orgânica da UAlg, em parceria com empresas da região», revelou ao Sul Informação Raquel Jacob, à margem da cerimónia de tomada de posse.

Raquel Jacob fez o trabalho de casa e já falou com vários empresários. «Temos alguns parceiros. Este é um projeto que já tem sido falado, em anos anteriores. Eu contactei entidades durante a campanha eleitoral, no sentido de se associarem a esta iniciativa, e disseram-nos que sim, que estão dispostos a contribuir com o valor de uma bolsa. A ideia é conseguir oito parceiros diferentes, um por Faculdade ou Escola, cujo nome seria sempre associado ao projeto, enquanto patrocinadores».

«A nossa ideia é pesquisar, através da Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGES), quais foram os primeiros alunos de cada unidade orgânica a não ter direito a bolsa de ação social da DGES. Seriam esses os beneficiários, pois parece-nos que essa seria a forma mais justa», acrescentou.

 

 

Uma das «grandes prioridades» da nova direção geral da AAUAlg será, de resto, «trabalhar de perto com os serviços de Ação Social, sobretudo na melhoria das condições de vida e de estudo dos estudantes da academia».

«Nós aqui, conseguimos, sobretudo, desempenhar o nosso papel de pugnar e fazer valer os direitos dos estudantes. Por exemplo: nós passámos nas residências universitárias por diversas vezes e disseram-nos que é difícil para um estudante, sozinho, reivindicar alguma coisa, caso se avarie uma porta ou haja outro problema. Mas se for o órgão Associação Académica, é mais fácil», ilustrou.

No que toca à habitação propriamente dita, Raquel Jacob assume que a capacidade de ação da AAUAlg é limitada. «Nós não temos fundos para sermos nós a resolver os problemas de habitação e de ação social. Nem sequer a universidade pode, de repente, começar a construir casas para estudantes».

A nova direção geral quer, por outro lado, «primar pela proximidade aos estudantes, através daquelas simples e concretizáveis, mas ao mesmo tempo, essenciais medidas, que são a melhoria do desporto e das condições de núcleos e secções. Ao melhorar as condições daqueles que são os nossos estudantes, certamente melhoraremos a relação com eles», revelou ao Sul Informação Raquel Jacob.

A nova responsável máxima pela Associação Académica mostra igualmente o desejo de «trabalhar em articulação com a reitoria em tudo o que são revisões de projetos curriculares, em tudo o que diz respeito à pedagogia e ao ensino».

Raquel Jacob falou das ideias que tem para o seu primeiro mandato, mas também ouviu alguns recados e recebeu desafios, da parte do reitor e do presidente da Câmara de Faro.

O reitor Paulo Águas, apesar de salientar que as coisas têm vindo a melhorar, considerou necessário «levar mais longe o esforço de integração dos novos alunos».

Já Rogério Bacalhau, presidente da autarquia farense, pediu que a Associação Académica se esforce mais para mitigar os incómodos causados pelos eventos que realiza junto dos habitantes da cidade. Em causa estão iniciativas como a Semana Académica e a Receção ao Caloiro, mas, sobretudo, os arraiais no Campus da Penha, cujo horário alargado de funcionamento Rogério Bacalhau diz «não compreender», por se tratar de uma zona «de grande densidade populacional».

 

Raquel Jacob

 

«Tanto um como o outro desafios fazem muito sentido, até porque surgem por causa das pessoas. Nós estamos cá para trabalhar para os cerca de oito mil alunos da UAlg e garantir o bem estar dos que já cá estão, mas também dos que chegam. Porque se a receção aos novos alunos não correr bem, não é só para eles que não é bom. É para todos os estudantes e para a própria instituição».

Por outro lado, Raquel Jacob sente que a Associação Académica tem uma responsabilidade em relação aos habitantes de Faro, cidade que acolhe os dois maiores polos da UAlg e os grande eventos promovidos pela AAUAlg.

«É claro que não queremos qualquer conflito com os munícipes, mas há eventos que são fundamentais para a nossa sustentabilidade financeira. Obviamente, estamos sempre abertos ao diálogo e para encontrar as melhores soluções», assegurou, admitindo que algumas iniciativas, como os arraiais no Campus da Penha, que se realizam ao longo do ano, possam ter um horário mais reduzido do que acontece atualmente.

Outra bandeira é a «sustentabilidade financeira da associação».

«O nosso objetivo, a longo prazo, é que os nossos serviços, nomeadamente os dois bares e os dois centros de cópias, possam gerar receita de modo a que sejam autosuficientes e não tenham de ser suportados pelo dinheiro proveniente dos nossos eventos. Desta forma, o dinheiro que for conseguido com eventos pode ser utilizado mais diretamente na melhoria das condições dos estudantes, nomeadamente nos Núcleos de Estudantes e das Secções Autónomas, que fazem parte da estrutura da AAUAlg», concluiu Raquel Jacob.

 

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação

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