EVA venceu concurso internacional e vai explorar transportes públicos concessionados pela AMAL

Concessão prevê sistema de transporte a pedido, para localidades com mais de 40 habitantes, sem ligação regular

A AMAL- Comunidade Intermunicipal do Algarve vai adjudicar a concessão do Serviço Público de Transporte Rodoviário de Passageiros à empresa EVA Transportes, após o concurso internacional que pretendeu «reforçar e melhorar a mobilidade em 98 das linhas do sul do país».

Segundo nota da AMAL enviada às redações, «esta decisão surge após a transferência da gestão do serviço público de transporte rodoviário de passageiros para as entidades públicas, designadamente municípios e comunidades intermunicipais, em 2015».

Os municípios do Algarve foram pioneiros ao avançar com esta medida, que obrigou a um concurso com um valor que rondou os 85 milhões de euros para uma concessão de cinco anos.

A EVA Transportes era já, mesmo antes deste concurso internacional, a principal operadora de transportes públicos na região do Algarve.

A AMAL acrescenta que a assinatura do contrato deverá ocorrer ainda este ano, «iniciando-se um período de transição para que o operador assegure obrigações que passam pela implementação de um sistema de transporte a pedido, para os locais com mais de 40 habitantes que não dispõem deste serviço regular, assegurar o transporte gratuito de 2 bicicletas por autocarro nas linhas Vila Real de Santo António-Faro, Faro-Lagos e Lagos-Sagres e a implementação do serviço de Aerobus para ligação direta de algumas cidades ao aeroporto de Faro, também ele com transporte gratuito de 2 bicicletas por veículo».

Este serviço, que estará em pleno funcionamento em de Agosto de 2020, não abrange os transportes urbanos geridos pelos municípios, caso da Próximo (Faro), ONDA (Lagos) e Vai e Vem (Portimão).

Em Março do ano passado, numa iniciativa da DECO Algarve, foi salientado que a falta de uma estratégia de concertação intermodal e entre ligações de transportes de uma mesma operadora, desadequação dos tarifários, insuficiente e débil informação disponibilizada e assimetrias regionais eram os principais problemas detetados, na região algarvia, em termos de transportes públicos.

Por sua vez, Manuel Tão, especialista em transportes e investigador da Universidade do Algarve, tinha afirmado, no início de Outubro, numa reportagem do Sul Informação sobre a situação da mobilidade na região, que o sistema de mobilidade que existe no Algarve «não está adaptado àqueles que são muito jovens para ter carta de condução nem àqueles que têm problemas de saúde, devido à idade, e já não podem andar de carro. Tudo isto está mal feito».

Uma situação que poderá explicar o facto de os algarvios estarem a andar menos de transportes públicos, como revelava, em Dezembro do ano passado, o barómetro “Algarve Conjuntura – Mobilidade e Transportes”, da CCDRA. Segundo este barómetro,  de Abril a Junho de 2018, houve, na região, um aumento de tráfego rodoviário nas principais estradas e uma quebra no uso dos transportes coletivos, como os comboios e as carreiras da Ria Formosa.

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