O «mundo do património cultural» mostra-se em Loulé

Este evento é uma maneira de mostrar «que o Algarve tem muito mais para mostrar»

A programação é «imperdível» e destina-se a todos: crianças, jovens e adultos. Haverá seminários, workshops, música e passeios, tudo numa ótica de sustentabilidade. De 11 a 13 de Outubro, é em Loulé que «toda a gente tem de estar». A razão? É lá que estará exposto o «mundo do património cultural» numa Bienal Ibérica que é cada vez mais internacional.

O evento foi apresentado, de forma oficial, esta terça-feira, 17 de Setembro, numa conferência de imprensa realizada no Palácio Gama Lobos, em Loulé.

Este será um dos sete espaços onde vai decorrer a Bienal Ibérica de Património Cultural (os outros são o Solar da Música Nova, o Castelo e Museu Municipal, o Convento Espírito Santo, o Mercado Municipal, o Cine-Teatro Louletano, o CECAL e toda a zona envolvente ao Monumento Engenheiro Duarte Pacheco).

Da programação, constam workshops e seminários, focados na questão da sustentabilidade, concertos – de Rão Kyao, dia 12, às 21h30, no Cine-Teatro, ou de Nelson Conceição, no dia 11, às 21h30, no Solar da Música Nova -, oficinas para os mais novos, sobre empreita e pintura a fresco, e até um espetáculo de videomapping, na fachada do Mercado, nos dias 11 e 12 às 21h00, 21h30 e 22h00.

Também haverá itinerários temáticos, como “Os Banhos Islâmicos e a Casa Senhorial dos Barretos, em Loulé”, guiado por Luís Filipe Oliveira, dia 11, às 16h00, e um roteiro “Património ao Luar”, no mesmo dia, das 19h00 às 21h00, na freguesia de Quarteira.

A isto, juntam-se, ainda, ateliês criativos, relacionados, por exemplo, com a arte do esgrafito.

Este ano, o país convidado da Bienal é Marrocos, nação vizinha de Portugal, com a qual partilhamos tantos laços históricos, mas tantas vezes esquecida. Do país norte-africano, virão expositores que se instalarão numa tenda marroquina, onde nem faltará a música.

Mas haverá outros países também representados naquela que é a Bienal Ibérica do Património Cultural mais internacional de sempre. Brasil, Holanda, Itália e Áustria estarão presentes para três dias de troca de ideias e experiências.

 

Casa da Empreita

 

A educação patrimonial também não ficou esquecida. Todas as atividades com crianças e famílias serão totalmente gratuitas. Também já é certo que grupos de alunos vão visitar a Bienal. Haverá, ainda, a apresentação de um projeto a longo prazo, feito com cerca de 1000 alunos do 3º ano do concelho de Loulé, sobre a técnica tradicional da empreita.

Para Catarina Valença Gonçalves, da empresa Spira, a promotora da Bienal, os «miúdos adoram património cultural desde que a mediação seja bem feita».

«As crianças são muito honestas. Quem domina a matéria é que tem de criar formas de chegar às crianças e não o inverso. Se quisermos falar do Infante D. Henrique, podemos fazer uma comparação com os super heróis de hoje como o Super Homem. Este é um pouco o exercício que fazemos na Bienal de Turismo», acrescentou, entre risos.

Mesmo para os adultos, o objetivo também é «desconstruir» a ideia de que o património cultural é «uma seca». «Quando visitamos um castelo, achamos que tudo o que ali está sempre existiu, mas desconhecemos a quantidade imensa de saberes que foram necessárias», exemplificou.

«O património cultural é o segundo recurso endógeno, a par do mar, que pode contribuir para o desenvolvimento do país, pela simples razão de ser inamovível. São mini Auto Europas que estão cá, mas não as vemos, porque não há uma política de educação patrimonial», acrescentou.

Quanto ao tema deste ano da Bienal – a sustentabilidade -, encaixa perfeitamente no que é o património cultural e será «um tema transversal a todos os seminários e workshops».

 

 

Para Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, este evento é uma maneira de mostrar «que o Algarve tem muito mais para mostrar do que só a sua atividade turística».

«Temos outros aspetos igualmente importantes. O património cultural é um recurso que está cá e basta valorizá-lo. Por isso, aderimos de alma e coração à realização desta Bienal», considerou.

«Espero que o Algarve acorra a Loulé para visitar as múltiplas propostas desta Bienal. Este é um acontecimento que se insere numa lógica muito presente neste executivo, de que o património é um grande ativo, com valor educacional e económico», concluiu.

Todas as atividades da Bienal são gratuitas. O evento, cujo espaço expositivo vai estar instalado junto ao Monumento Engenheiro Duarte Pacheco, funcionará nos dias 11 (sexta-feira) e 12 de Outubro (sábado), das 11h00 às 23h00, e no domingo, dia 13, das 11h00 às 18h00.

Para conhecer o programa completo, clique aqui.

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