Bienal em Loulé mostra que o património cultural «não é uma seca»

Marrocos é o país convidado da Bienal Ibérica de Património Cultural

Uma Bienal para mostrar que o património cultural «não é uma seca», mas, ao invés, «uma coisa extremamente entusiasmante». Concertos, um espaço expositivo, seminários, videomapping, caminhadas e uma roda de empreita são os ingredientes desta iniciativa, a nível ibérico, que se realizará de 11 a 13 de Outubro, em Loulé. 

A Bienal Ibérica de Património Cultural decorre, sempre nos anos ímpares, em Portugal, com a particularidade de ser itinerante.

Este ano, Loulé foi o destino escolhido (e não por acaso).

«Fazer a Bienal no Algarve é uma oportunidade de mostrar todos os recursos que existem. Loulé é um município particularmente ativo nestas questões da cultura, com projetos muito interessantes a decorrer. Foi muito evidente para as duas partes que era uma boa ideia fazer a Bienal em Loulé», explica ao Sul Informação Catarina Valença Gonçalves, da empresa Spira, a promotora da Bienal.

Assim, de 11 a 13 de Outubro, a cidade algarvia vai ser a capital ibérica do Património Cultural, com um programa que se estende por vários equipamentos de Loulé (Palácio Gama Lobo, Solar da Música Nova, Cine-Teatro, Monumento Engenheiro Duarte Pacheco, etc).

 

Catarina Valença Gonçalves

 

Da programação constam workshops e seminários, em que serão abordadas as questões mais técnicas (sobre reabilitação urbana ou saberes artesanais), concertos – de Rão Kyao, dia 12, às 21h30, no Cine-Teatro, ou de Nelson Conceição, no dia 11, às 21h30, no Solar da Música Nova -, oficinas para os mais novos, sobre empreita e pintura a fresco, e até um espetáculo de videomapping, na fachada do Mercado, nos dias 11 e 12 às 21h00, 21h30 e 22h00.

Também haverá itinerários temáticos, como “Os Banhos Islâmicos e a Casa Senhorial dos Barretos, em Loulé”, guiado por Luís Filipe Oliveira, dia 11, às 16h00, e um roteiro “Património ao Luar”, no mesmo dia, das 19h00 às 21h00, na freguesia de Quarteira.

«O nosso objetivo é afirmar o setor do património cultural como estratégico para o desenvolvimento harmonioso de Portugal. Há imensas descobertas e atividades que se podem fazer. É isso que a Bienal quer mostrar também, com uma forte componente de educação patrimonial. Temos a convicção clara de que os mais novos se podem entusiasmar com património cultural se ele for apresentado da forma correta», diz Catarina Valença Gonçalves.

Por isso, todas as atividades com crianças e famílias serão totalmente gratuitas. Também já é certo que grupos de alunos vão visitar a Bienal. Haverá, ainda, a apresentação de um projeto a longo prazo, feito com cerca de 1000 alunos do 3º ano do concelho de Loulé, sobre a técnica tradicional da empreita.

Este ano, a promotora da Bienal Ibérica de Património Cultural regista um «crescimento, enquanto evento, com mais entidades presentes, mas também numa dimensão que nos parece importante que é a internacionalização».

Isso está bem plasmado, quer no país convidado (Marrocos), quer numa dimensão europeia significativa, já que haverá representantes de Áustria, Espanha, Itália.

A escolha de Marrocos é também estratégica. «É já ali! É um outro continente, outra religião, outra cultura, mas, se formos a Marrocos, percebemos como estamos muito próximos».

«Há um imenso conjunto de oportunidades e o nosso objetivo, com este convite, foi o de mostrar como, a partir da cultura, se pode evidenciar os pontos que temos em comum e traçar caminhos em conjunto», afirma a promotora da Bienal.

 

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé

 

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, realça, por sua vez, o «papel importantíssimo» que o embaixador de Marrocos teve na agilização de toda a Bienal, um evento que tem «uma importância primordial» para o concelho que dirige.

«É um acontecimento a nível ibérico, o que muito nos honra. A temática abordada – o património, no sentido lato da palavra – também é muito importante. Loulé vai estar no centro das atenções de Portugal e Espanha, com o património cultural em evidência», considerou, ao Sul Informação.

Logo esta que é tida como uma «área estratégica» para o Município. «Apostamos, cada vez mais, no nosso património, porque ele é rico e é um fator de atratividade. É um legado que recebemos e que tem um potencial enorme que tem de ser aproveitado», disse ainda.

Nesta senda, Catarina Valença Gonçalves não tem dúvidas de que é pela afirmação do património cultural que Portugal, no seu todo, pode ter «um desenvolvimento mais harmonioso».

«A Bienal cobre várias áreas e queremos que seja uma oportunidade de descoberta e de consolidação», concluiu.

Para conhecer o programa completo, clique aqui.

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