CHUA procura soluções para evitar fecho da urgência de neonatologia em Setembro

Baixas de médicos estão a dificultar o preenchimento das escalas noturnas

Foto: Pablo Sabater | Sul Informação (arquivo)

O Serviço de Medicina Intensiva e Neonatal do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) tem falta de médicos para assegurar as escalas noturnas, o que pode obrigar ao encerramento do serviço já em Setembro. No entanto, o Conselho de Administração do CHUA garante que está a trabalhar para resolver a falta de clínicos e, ainda durante o dia de hoje, poderá haver uma solução para este problema.

Segundo apurou o Sul Informação, dos 22 médicos que compõem a equipa que garante a escala noturna, entre as 21h00 e as 9h00, restam apenas três.

Em esclarecimento enviado ao nosso jornal, o Conselho de Administração do centro hospitalar admite que «a atual situação de falta de pessoal médico para assegurar as escalas noturnas foi agravada por razões pessoais, devidamente justificadas, de profissionais que se encontram de baixa, por motivos de doença, licenças de maternidade e ainda apoio à família».

No entanto, fonte do CHUA diz que, neste momento, dizer que o serviço irá encerrar é fazer «futurologia», uma vez que «o problema ainda não se colocou».

O CHUA «está neste momento, e até ao início do mês de Setembro, a desenvolver, em conjunto com a Direção do Serviço, a ARS Algarve e o Ministério da Saúde, todos os esforços no sentido de garantir as respetivas escalas noturnas e assegurar uma resposta de âmbito regional», garante o Conselho de Administração em comunicado.

O centro hospitalar destaca ainda que o Serviço de Medicina Intensiva Pediátrica e Neonatal «continua a funcionar com o apoio de todos os profissionais da área pediátrica e neonatal, os quais têm conseguido assegurar, graças ao seu profissionalismo e dedicação exemplares, uma resposta assistencial de qualidade».

Em Julho, uma mulher grávida de 28 semanas foi transferida do Hospital de Portimão para Évora devido à lotação do serviço de neonatologia do Hospital de Faro.

Na altura, o centro hospitalar garantiu que a situação não se deveu à falta de clínicos, apesar de ter reconhecido a «carência de médicos especialistas».

O CHUA explicou então que esta falta de médicos tem sido pontualmente colmatada com pedidos, junto de diversos hospitais do SNS, «de cedência temporária de profissionais, possibilidade de estabelecimento de protocolos para médicos e outros especialistas», além do contacto «com empresas de prestação de serviços médicos e ainda a abertura de concursos de admissão de médicos, os quais têm ficado desertos por falta de candidatos».

Já este mês de Agosto, a lotação das incubadoras do serviço de neonatologia do Hospital de Faro voltou a obrigar à transferência de uma grávida de risco, mas para o Hospital Amadora-Sintra. O bebé acabou por morrer, sendo que foi aberto um inquérito interno para apurar se houve responsabilidades da unidade hospitalar algarvia.

Comentários

pub