Estudantes da UAlg arranjam “Santa Casa” em Faro

Santa Casa da Misericórdia de Faro criou residência universitária no Alto Rodes

Não resolve todos os problemas, mas já dá uma ajuda. A Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Faro criou uma nova residência universitária com 16 camas, na urbanização do Montinho, na zona do Alto Rodes, em Faro, e assinou ontem um protocolo com a Universidade do Algarve para que a instituição oriente para lá estudantes.

A nova residência, que será gerida e é da inteira responsabilidade da Santa Casa farense, tem oito quartos duplos, com capacidade para alojar 16 pessoas que, neste caso, serão somente raparigas. Cada quarto tem duas camas, outras tantas secretárias, uma para cada ocupante, e dois armários individuais, com chave.

A residência conta ainda «com um balneário com vários chuveiros e WCs individuais , uma pequena sala de convívio, uma cozinha totalmente equipada, uma lavandaria com máquina de lavar e secar e acesso à Internet», revelou aos jornalistas Candeias Neto, provedor da SCM de Faro, à margem da cerimónia de assinatura do protocolo.

A adaptação deste espaço – que já serviu como lar de idosos e, mais recentemente, como espaço de acolhimento de refugiados – motivou um investimento de 38 mil euros da parte da Santa Casa da Misericórdia de Faro.

A Câmara de Faro deu uma ajuda e apoiou a empreitada com 6 mil euros, na sequência de uma candidatura feita pela Santa Casa da Misericórdia de Faro.

«Este valor não inclui o trabalho que foi aqui feito pelos nossos funcionários da manutenção, que andaram aqui semanas e semanas. Tivemos cá pedreiros, carpinteiros…», revelou Candeias Neto.

 

 

 

Tudo para que, a partir de Setembro, 16 estudantes da UAlg se possam aqui instalar, com as condições necessárias.

«Esta iniciativa da SCM merece o melhor acolhimento da nossa parte, porque, de facto, só vemos aqui vantagens para os nossos estudantes e, a partir daí, para a cidade e para a própria Santa Casa», considerou Paulo Águas, reitor da UAlg.

«A Santa Casa tem todo um know how na área do social, que envolve as questões de alojamento e hospitalidade. Agora, nesta componente de residência de estudantes, não tinha experiência», enquadrou.

Já a universidade, através dos seus Serviços de Ação Social, tem muito conhecimento, nesta área. «Nós acompanhámos a SCM na reformulação do espaço e no layout dos quartos, bem como na elaboração do regulamento da residência», explicou o reitor da UAlg.

Esta nova oferta irá ajudar, mas não resolve um problema que se tem vindo a notar nos últimos anos, o da dificuldade que os estudantes têm para encontrar quartos para alugar.

«A UAlg tem, neste momento, cerca de 8 mil estudantes, dos quais perto de 5 mil são deslocados, embora não sejam, necessariamente, de fora do Algarve. Mas, para muitos jovens algarvios, não é viável ir e vir de casa todos os dias, quer pelos custos envolvidos, quer pelo tempo e pela indisponibilidade de transportes públicos», disse Paulo Águas.

Ora, tendo em conta que a universidade algarvia apenas dispões «de 550 quartos», nas residências que gere, a larga maioria destes alunos tem de procurar outras soluções.

 

 

Todos os anos, a UAlg recebe muitas candidaturas para ocupar as vagas existentes nas suas residências. Mas parte desses alunos acabam por não conseguir lugar –  «a prioridade é dada aos bolseiros, que representam 60 a 65% do total».

O acordo de parceria assinado entre a universidade e Santa Casa farense passa, precisamente, por aqui.

«Vamos encaminhar para cá os alunos que concorrem a lugares nas nossas residências, mas que não tenham vaga. A partir daí, os estudantes vão relacionar-se com a Santa Casa da Misericórdia, que estará no mercado. Os estudantes decidirão se esta oferta é melhor do que as demais à sua disposição», explicou o reitor.

Também presente na cerimónia esteve o presidente da Câmara de Faro, entidade que apoiou as obras de adaptação do espaço.

«Este projeto tem duas componentes importantes. Uma é o alojamento em si e o facto de termos aqui mais 16 novas camas», disse Rogério Bacalhau.

«A outra é a componente social e o facto de termos uma instituição que coloca quartos a preços acessíveis à disposição dos estudantes. Isto é importantíssimo porque permite às pessoas ter alojamento sem ter de fazer um grande esforço, mas também porque pode ser uma mensagem para os agentes imobiliários e contribuir para uma diminuição dos preços», acrescentou.

 

Fotos: Rodrigo Damasceno|Sul Informação

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