As «gritantes faltas de pessoal médico» no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital de Faro, durante este período de festas, que podem mesmo levar ao «encerramento da única unidade de cuidados perinatais diferenciados» no Algarve, levaram o presidente da Câmara de Faro a enviar um email à ministra da Saúde.
Na sua missiva, a que o Sul Informação teve acesso, o autarca Rogério Bacalhau salienta que, «a escassos dois dias do Natal, subsistem assuntos críticos» no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do hospital de Faro, que fazem «perigar a tranquilidade das comunidades, num período festivo e também de previsível maior afluência aos serviços hospitalares».
O edil de Faro denuncia as «alegadas deficiências do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia CHUA-HDF que, como bem sabe, presta cuidados perinatais diferenciados, sendo mesmo a única maternidade que dispõe de unidade neonatal diferenciada no Algarve e que apresenta uma média anual de 2400 partos. Presta ainda cuidados diferenciados nas áreas de diagnóstico pré-natal, patologia cervical, senologia e Ginecologia oncológica».
Um dos problemas, sublinha o autarca farense, tem a ver com o «constrangimento grave na escala de Urgência para a presente época festiva», já que, em vez dos quatro elementos de escala, em vários turnos há apenas um ou mesmo nenhum.
Trata-se de uma situação que pode significar o «encerramento da única unidade de cuidados perinatais diferenciados nesta região».
O autarca anuncia ainda a sua «extrema preocupação» pelo facto de o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, que tem «um quadro médico envelhecido» e «carenciado», que apenas consegue «assegurar menos de 40% dos turnos de Serviço de Urgência», não ter recebido «qualquer vaga» no concurso aberto a 19 de Dezembro pelo Ministério da Saúde.
É que, acrescenta o presidente da Câmara da capital algarvia, no seu email para a ministra Marta Temido, o quadro do hospital deve ser reforçado com «10 assistentes hospitalares».
Por isso, fazendo eco dos pedidos dos médicos deste serviço, o autarca solicita a «retificação urgente ou a consideração de tal cativação de médicos».
Quase a terminar, o autarca social-democrata pede à ministra da Saúde que crie «um dispositivo de emergência para colmatar as carências de um serviço que não pode falhar em momento algum, menos ainda neste período em que a afluência de utentes aos cuidados de saúde é previsivelmente superior».
A concluir o seu email, Rogério Bacalhau apela «à tomada de posição urgente e contundente» sobre o assunto, por parte do Ministério tutelado por Marta Temido.
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