Loulé é palco da Bienal Ibérica de Património Cultural em 2019

Cidade algarvia sucede a Valladolid

Loulé vai receber a Bienal Ibérica de Património Cultural, em Outubro de 2019. 

A cidade algarvia sucede a Valladolid, recebendo este evento nascido da fusão da Bienal de la Restauración y Gestión del Patrimonio AR&PA, que acontece em Valladolid desde 1998, com a Feira do Património, certame criado em 2013, em Portugal.

«Com o objetivo de promover, valorizar e dar visibilidade ao setor do património cultural, pretende-se reunir neste fórum vários agentes, nomeadamente da área da museologia, reabilitação urbana, conservação e restauro, ateliers de design e arquitetura, projetos de cooperação internacional, entre outros, para um debate alargado», diz a Câmara de Loulé.

Por outro lado, a Bienal contará com um programa cultural, com destaque para iniciativas pedagógicas dirigidas aos mais novos e à comunidade escolar, na área da educação patrimonial.

Este evento ocorre de forma alternada entre Portugal (sempre itinerante, nos anos ímpares) e Espanha (em Valladolid, nos anos pares). No ano 2017, o primeiro ano deste formato ibérico, a cidade de Amarante acolheu o evento, seguindo-se agora Loulé como palco da Bienal.

Este ano, entre 8 e 11 de Novembro, 32 entidades portuguesas nas áreas da conservação e restauro, formação, direções regionais de cultura, fundações, comunidades intermunicipais, projetos integrados de base territorial, empresas de gestão patrimonial, autarquias e entidades regionais de turismo estiveram representadas em Valladolid.

Pedro Pimpão, vice-presidente da Câmara de Loulé, marcou presença no momento da apresentação da edição de 2019, em Loulé, desta bienal.

Para os responsáveis da Câmara de Loulé, «as expetativas são bastante elevadas, até porque este será uma iniciativa de grande importância não só para o concelho de Loulé e para a região algarvia mas para todo o país».

«Numa altura em que, mais do que nunca, a autarquia está empenhada na proteção do seu património material e imaterial, através de um sem número de iniciativas, receber esta Bienal será o culminar desse trabalho», dizem.

Ações como a reabilitação de edifícios como o Solar da Música Nova ou o Palácio dos Espanhóis, o projeto de musealização dos Banhos Islâmicos de Loulé, uma programação diversificada com iniciativas que visam dar a conhecer o património histórico concelhio (como é o caso das caminhadas “Património ao Luar” ou o programa para escolas “Visita Brincando”), a valorização das artes tradicionais como a empreita, a olaria ou a caldeiraria através do projeto “Loulé Criativo” ou ainda a exposição “Loulé: Territórios. Memórias. Identidades”, patente ao público no Museu Nacional de Arqueologia, e que dá a conhecer os mais de sete mil anos de história do território do concelho, são exemplos da importância dessa valorização patrimonial que tem orientado a política cultural do Município.

Já para Catarina Valença Gonçalves, diretora-geral da Spira, entidade que trabalha há 20 anos na revitalização do património cultural a partir do interior do país, «apraz-nos constatar o quanto o reconhecimento do património cultural como ativo estratégico dos territórios é, cada vez mais, nacional e internacionalmente, uma evidência para diversas entidades, sejam elas públicas ou privadas».

«A Bienal Ibérica do Património Cultural e a sua crescente afirmação, ano após ano, são uma perfeita ilustração dessa realidade em construção», diz ainda.

«O convénio celebrado entre Portugal, Espanha, Itália e Áustria para a criação de uma rede europeia de feiras de património cultural reforça ainda mais este caminho. Por todos estes motivos, a edição de 2019 em Loulé, no Algarve, surge-nos como uma excelente oportunidade para concretizarmos ainda mais esta efetiva possibilidade de tornar o património cultural o recurso endógeno por excelência base do desenvolvimento sustentável dos nossos territórios», conclui.

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