Conservatório de Loulé abre para mostrar que música «também é pão»

Investimento de 2,8 milhões de euros faz nascer primeira escola pública só de ensino de música a Sul de Lisboa

A manhã foi de «festa» e, por isso, só podia reinar uma «grande alegria» na inauguração, esta quarta-feira, 12 de Setembro, do Conservatório de Música de Loulé, a única escola pública só de ensino de música a Sul do Tejo. O primeiro ministro António Costa não faltou à cerimónia e ficou a conhecer o renovado Solar da Música Nova, onde vai funcionar esta escola e a sede da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva. 

O chefe do Governo fez-se acompanhar, nesta visita, de Tiago Brandão Rodrigues, ministro da Educação, bem como de João Costa e Alexandra Leitão, secretários de Estado da Educação.

Depois de descerrar a placa, Costa visitou o edifício que, no piso térreo e no primeiro piso, vai acolher o Conservatório de Música. No segundo piso, com entrada pela fachada Norte na Rua do Serradinho, será a sede dos Artistas de Minerva.

Nas salas, jovens músicos do Conservatório, que se vai chamar Francisco Rosado em homenagem ao fundador dos Encontros de Música Antiga de Loulé, já ensaiavam para o que aí vem. É que já neste ano letivo, que começou hoje, será lecionado, em Loulé, o ensino público especializado de música ao 2º e 3º ciclos e ao secundário. O Conservatório vai acolher, por agora, 300 alunos de escolas, não só da cidade de Loulé, como de todo o concelho.

António Costa, Vítor Aleixo e Tiago Brandão Rodrigues

No total, vão ser 15 salas dedicadas ao Conservatório, mais três para a Banda, além de um grande auditório.

«O primeiro dia de um novo ano letivo é, necessariamente, um dia de festa e não há festa sem música. Por isso, nada melhor do que esta dupla inauguração: do Conservatório de Música de Loulé e da nova sede da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva», disse, sorridente, António Costa, perante um auditório cheio.

Para o chefe de Governo, esta nova escola tem um significado especial. «Tenho particular gosto em estar nesta inauguração porque, em 1971, tive o privilégio de participar na primeira experiência de ensino artístico integrado em Portugal», explicou.

António Costa realçou ainda o «papel do Estado» que «não é só» o de «ensinar a ler e a escrever, mas também formar cidadãos livres».

Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, mostrou-se visivelmente satisfeito com a inauguração do espaço. «Sinto uma enorme felicidade neste momento. O edifício estava desabilitado, em ruínas e fizemos as obras, dando-lhe um uso», disse.

O investimento, de cerca de 2,8 milhões, é «expressivo», mas o edil vê a «aposta na educação» como uma «ferramenta estratégica para passar o conhecimento e o saber».

As obras, explicou, foram «feitas em tempo recorde», ou seja «em menos de seis meses». Certo é que foi a autarquia a avançar com o dinheiro, enquanto tudo o que diz respeito à colocação de docentes e parte administrativa foi da responsabilidade do Ministério da Educação.

Por agora, vai ser Manuel Rocha a chefiar o Conservatório, sendo o presidente da Comissão Administrativa Provisória. No seu discurso, o responsável lembrou que a «música é pão também», sendo uma arte que «goza de particulares privilégios nos gostos» das pessoas.

Dado ser do ensino público, mais do que «prestadora de serviços», esta escola é «titular de uma missão», referiu ainda o antigo diretor do Conservatório de Coimbra.

A inauguração da única escola pública só de ensino de Música a Sul de Lisboa também foi vista por Brandão Rodrigues como «um bom dia» que se celebrou «com uma grande festa». Este Conservatório vem também ajudar à «coesão territorial e social».

«Que esta comunidade nunca deixe que, quem tenha responsabilidades, ache que as artes são laterais, porque são centrais», concluiu.

Até sábado, 15 de Setembro, mesmo quem não for estudante, vai poder fazer visitas guiadas ao reabilitado Solar da Música Nova.

 

Fotos: Pedro Lemos | Sul Informação

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