São Brás tem fábrica de alfarroba a caminho do novo Parque Empresarial

Uma empresa de São Brás de Alportel tem uma candidatura aprovada para instalar uma fábrica no novo Parque Empresarial de São Brás de Alportel

Há uma fábrica de alfarroba a caminho do novo Parque Empresarial de São Brás de Alportel, situado na Mesquita Baixa. O plano de pormenor desta nova área empresarial foi aprovado e entrou em vigor em Agosto e existem interessados em instalar-se no local. Uma empresa do concelho tem já uma candidatura aprovada para ali instalar uma unidade de 2ª transformação de alfarroba, que lhe permitirá subir um degrau na cadeia de criação de valor deste produto endémico do Algarve.

«Temos prevista a instalação de uma unidade de transformação de alfarroba. Há uma empresa aqui do concelho que vai fazer um grande investimento – tem já candidatura aprovada – numa fábrica que permita fazer outro tipo de transformação, já que neste momento apenas faz a trituração», revelou ao Sul Informação Vítor Guerreiro.

«Será uma unidade muito importante para valorizar este produto aqui da região. E outras virão», assegurou o edil são-brasense.

A aprovação do plano de Pormenor da nova Zona Empresarial foi uma das medidas destacadas pelo executivo camarário são-brasense, liderado pelo socialista Vítor Guerreiro, num balanço do primeiro ano do atual mandato, feito esta quinta-feira. Mas a escolha do local, a Mesquita Baixa, está longe de ser consensual e houve mesmo pedidos por parte da associação de defesa do património Al-Portel para que a localização desta área fosse revista.

A sugestão foi feita no âmbito da consulta pública do plano entretanto aprovado e que foi publicado em Diário da República a 17 de Agosto. Em Junho, a Al-Portel contestou publicamente o avanço do plano, nos moldes previstos.

O presidente da Al-Portel Gonçalo Gomes, em declarações ao Sul Informação, questionou a escolha da Mesquita Baixa, «um dos cenários emblemáticos do barrocal algarvio», para instalar esta nova área empresarial. Além de ser uma zona «povoada e com interesse arqueológico», o local escolhido para a infraestrutura situa-se em terrenos «de elevada permeabilidade dos aquíferos subterrâneos», o que não se coaduna com usos industriais.

Parque Empresarial de São Brás de Alportel

Por outro lado, «ainda há muito espaço disponível noutras áreas empresariais e industriais do concelho». «Para quê comprometer mais espaço para um uso que não está sequer perto de estar esgotado e que não se adivinha que venha a estar?», questiona Gonçalo Gomes.

Outra questão levantada pela associação foi a aprovação deste plano «à revelia do Plano Diretor Municipal», atualmente em revisão. A associação pedia, assim, que se parasse «para pensar» e não se avançasse para a aprovação do plano, o que acabou por acontecer cerca de dois meses depois.

Vítor Guerreiro não concorda com esta posição da associação de defesa do património são-brasense, considerando mesmo «um absurdo» criticar a localização escolhida para a nova zona empresarial.

«Aquele local está junto e envolve uma grande unidade de valorização de resíduos da ALGAR, que foi lá colocada pelo Governo e a Câmara não teve palavra a dizer. Foi simplesmente avisada e não podia dizer nada. O plano do Parque Empresarial de São Brás de Alportel era uma aspiração com dez anos, que finalmente conseguimos aprovar», disse ao Sul Informação o presidente da Câmara de São Brás de Alportel, à margem da sessão em que o balanço do primeiro ano de mandato foi feito.

«Esta área empresarial é um projeto que tem mais de dez anos. Criticar a sua instalação naquele local é algo que, para mim, não faz qualquer sentido, é um absurdo. Não aprovar este projeto agora era deitar o desenvolvimento económico futuro do concelho para o lixo», defendeu.

Vítor Guerreiro garantiu, ainda, que a área empresarial recentemente aprovada «só vai acolher indústrias não poluentes». «Será um parque empresarial. A maior indústria, que já lá está e temos tentado acompanhar de perto, é a própria unidade da ALGAR».

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