Poesia a Sul invade espaços improváveis da cidade de Olhão

Durante 10 dias, poetas de dezenas de países fazem de Olhão a sua casa

Um pouco por todo o concelho de Olhão há versos, por estes dias. O IV Encontro Internacional Poesia a Sul está a invadir, até ao próximo domingo, 28 de Outubro, «vários espaços, alguns bastante improváveis» da cidade, como salientou Anabela Afonso, comissária do programa cultural 365 Algarve, na sessão de abertura.

O Poesia a Sul teve início na sexta-feira e prolonga-se até ao próximo domingo, dia 28. Já aconteceram vários momentos altos, como a homenagem a João Lúcio, cujo centenário da sua morte a Câmara de Olhão está a assinalar, e a palestra pela pessoana Teresa Rita Lopes sobre o «Livro do Desassossego».

Na inauguração deste IV Encontro Internacional Poesia a Sul, que decorreu junto à estátua do poeta olhanense João Lúcio e na Associação Cultural Re-Criativa República 14, o presidente da Câmara António Miguel Pina destacou o “salto” que este evento já conseguiu dar em termos de público e referiu-se à «descentralização do evento por vários locais do concelho, Algarve e Espanha».

A diretora regional de Cultura Alexandra Gonçalves elogiou a organização do Poesia a Sul, uma iniciativa municipal que tem como comissário o poeta Fernando Cabrita, realçando que «têm feito um trabalho brilhante» e que «cada vez há mais público a partilhar o gosto pela poesia».

Por seu lado, Anabela Afonso referiu-se a Olhão como um local «intercultural». O Poesia a Sul é apoiado pelo 365Algarve e é a prova viva de que «o Algarve fora da época alta pode ser atrativo», como salientou Anabela Afonso na sessão inaugural.

E assim se coloca Olhão «no roteiro das atividades culturais a nível nacional e internacional», segundo Fernando Cabrita, um dos mentores desta iniciativa de grande dimensão cultural.

Com a participação de poetas de dezenas de países, que durante 10 dias fazem de Olhão a sua casa, o Poesia a Sul recebeu este fim de semana Teresa Rita Lopes, que dissertou sobre o «Livro do Desassossego» (o livro da vida de Fernando Pessoa), perante uma casa cheia no Museu Municipal de Olhão – Edifício do Compromisso Marítimo.

«É o livro de Pessoa mais vendido e traduzido em mais de 100 países», revelou a investigadora, dando a conhecer os semi-heterónimos do poeta que surgem nesta obra emblemática, assim como algumas características do próprio Pessoa, muitas delas desconhecidas do público.

Fernando Pessoa foi novamente evocado no sábado, desta vez no Auditório Municipal, onde o ator espanhol Iker Ortiz De Zarate apresentou «Buenas Noches Sosiego», uma peça de teatro baseada numa montagem com textos do poeta, pensador e filósofo português, incluindo o «Livro do Desassossego».

Outro dos pontos altos dos primeiros dias da edição de 2018 do Poesia a Sul foi a homenagem ao poeta de origem olhanense e dimensão universal, João Lúcio, cujo centenário da morte se assinala no próximo dia 27.

Na Associação Cultural Re-Criativa República 14, Fernando Cabrita evocou a sua vida e obra, abordando as suas várias dimensões: escritor, poeta metafísico, pensador e introdutor do modernismo enquanto corrente literária em Portugal.

Amanhã, 23 de Outubro, são os alunos olhanenses que ficam a conhecer alguns dos poetas participantes nesta edição do Poesia a Sul, através da iniciativa Poesia nas Escolas.

Na Junta de Freguesia de Quelfes também haverá poesia, que se prolonga pela noite dentro no bar Catita & Companhia.

Todo o programa pode ser consultado clicando aqui.

 

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