Pedro Nunes nunca abriu Cuidados Paliativos no Hospital de Faro apesar das obras feitas

O Conselho de Administração do Hospital de Faro, então presidido por Pedro Nunes, «fez obras nos 4º e 5º andares […]

O Conselho de Administração do Hospital de Faro, então presidido por Pedro Nunes, «fez obras nos 4º e 5º andares do edifício do ambulatório para neles instalar uma unidade de cuidados paliativos e de convalescença, que deveria ter entrado em funcionamento no final de 2011, início de 2012, coisa que nunca veio a suceder», apesar de ter recebido «para esse feito um financiamento de milhares de euros por parte do Ministério da Saúde».

A afirmação é de António Eusébio, presidente do PS/Algarve, para reforçar que, na questão do possível fecho da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Portimão, «algo fica aqui por explicar».

Recordando a atuação anterior de Pedro Nunes, atual presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve (que reúne as unidades de Faro, Portimão e Lagos), António Eusébio sublinha, em comunicado, que «ao invés do que seria de esperar, em vez de alargar a oferta de camas de cuidados paliativos em Faro para 15 camas, [Pedro Nunes] vem agora tentar encerrar a Unidade de Portimão a funcionar desde 2009 com 10 camas».

O líder dos socialistas algarvios reuniu-se na quinta-feira da passada semana, 3 de Outubro, com o Conselho de Administração do novo Centro Hospitalar do Algarve, para questionar sobre o «modelo de reorganização dos serviços que pretendem implementar e defender a acessibilidade aos cuidados de saúde hospitalares».

Recorda António Eusébio que, «até à data ainda não foi apresentado qualquer estudo de avaliação de impactos, de definição do modelo organizativo ou envolvidos os profissionais de saúde neste processo. Deste modo, para melhor compreender e poder defender os interesses do Algarve e dos algarvios solicitei uma reunião urgente ao Conselho de Administração do novo Centro Hospitalar».

Durante reunião, «o Dr. Pedro Nunes informou que a integração dos dois Hospitais no Centro Hospitalar terá um período de adequação, sendo que o Conselho de Administração pretende que algumas especialidades que não existiam em Portimão passem a existir», refere António Eusébio.

«Estaremos atentos a esta situação bem como estaremos atentos à manutenção das especialidades agora existentes, e algumas delas com mais expressão do que em Faro como é o caso da Otorrinolaringologia ou da Radiologia», acrescenta.

«Temos plena consciência que ao se retirar determinadas especialidades médico-cirúrgicas de Portimão contribui-se diretamente para cercear a acessibilidade das populações às consultas externas e resposta em urgência nessas especialidades, e com isso não podemos ser coniventes», afirma ainda.

António Eusébio relata que, questionado Pedro Nunes acerca do funcionamento da Unidade de Cuidados Paliativos de Portimão, dadas as denúncias dos profissionais de saúde e dos familiares dos utentes sobre a alteração do seu funcionamento e possível encerramento, foi-lhe respondido que o objetivo não era encerrar mas antes renegociar, pelo que denunciaram o contrato.

O PS Algarve garante que «defenderá a única Unidade de Cuidados Paliativos existente no Algarve, de acordo com os padrões internacionais, e exigirá a entrada em funcionamento da Unidade de Cuidados Paliativos de previstas para o Hospital de Faro».

A organização dos serviços de logística e apoio constituiu outra das preocupações de António Eusébio, nomeadamente com o impacto que terá no funcionamento das unidades de saúde e na prestação de cuidados às populações.

«Fui informado pelo Conselho de Administração que não existirão despedimentos, que embora alguns serviços fiquem em Portimão, como o aprovisionamento, e outros em Faro, como os recursos humanos, a reorganização será feita de modo a não mandar ninguém embora«, diz António Eusébio.

«O PS Algarve acompanhará cuidadosamente este processo e exigirá dos responsáveis o cumprimento deste compromisso”», acrescenta.

Entende o PS Algarve que «a criação do Centro Hospitalar do Algarve não pode ser um retrocesso de décadas na acessibilidade e qualidade dos cuidados de saúde hospitalares na região do Algarve e particularmente no Barlavento Algarvio».

Assim, diz ainda António Eusébio, «estaremos vigilantes ao desenrolar do processo de modo a este constituir uma oportunidade, uma mais-valia para os algarvios e não se converter, como receamos, em mais um ataque deste Governo ao Serviço Nacional de Saúde».

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