Incêndio de Monchique ainda está ativo mas «já não tem frentes»

A 2ª comandante operacional nacional da Proteção Civil diz que, apesar dos sucessos, «estamos na fase em que não podemos descurar nada»

Ao final do sétimo dia, o incêndio de Monchique ainda continua por dominar, mas «tem estado a ceder». Ao longo desta quinta-feira, os meios no terreno tiveram de atacar diversas reativações, incluindo uma com maior intensidade na Herdade da Parra, em Silves, mas deram conta do recado e chegam à noite sem frentes ativas, apenas «com pontos quentes e pequenas reativações».

Apesar de não haver frentes, «o incêndio ainda está ativo», fez questão de frisar a 2ª comandante operacional nacional da Proteção Civil num briefing realizado há momentos em Monchique.«Vamos manter todos os meios no terreno, apoiados por máquinas de rasto e toda a nossa atenção, para consolidar o trabalho árduo realizado durante o dia», revelou Patrícia Gaspar.

«As reativações são o grande risco, neste momento. Estamos numa fase em que não podemos descurar nada», acrescentou.

Ao longo desta quinta-feira, o principal trabalho das forças que combatem as chamas foi, de resto, atacar focos de incêndio que reacenderam em diferentes pontos de Monchique e Silves. «Neste momento, podemos dizer que não temos frentes ativas. O que temos é pontos quentes e reativações, que temos vindo a combater ao longo do dia e que temos conseguido debelar».

«Fizemos a identificação precoce de pontos quentes, nos quais estimámos que seria mais provável haver reacendimentos, alguns dos quais acabaram por se verificar. Um dos locais onde tivemos mais trabalho foi na Herdade da Parra», adiantou Patrícia Gaspar.

A um dia que correu da melhor forma, seguir-se-á uma noite com condições bem melhores do que as que a antecederam. Além da descida da temperatura, é esperado «um nível de humidade relativa que pode chegar aos 80% e, felizmente, um desagravamento da intensidade do vento».

Ainda assim, «amanhã o risco de incêndio continuará elevado nesta região», daí que não haja um aliviar quer dos meios do terrenos, quer da atenção que está a ser dada ao incêndio.

Entretanto, algumas das pessoas que foram evacuadas das suas casas já regressaram às mesmas e as outras estão perto de regressar aos seus lares.

«Começámos já hoje a preparar o regresso a casa das pessoas. Queremos garantir que este processo decorre de forma ordeira e em segurança. Neste momento, a zona de apoio que foi criada em Silves está praticamente desativada e, em Portimão, já estamos no processo de desmontagem», disse a 2ª comandante operacional nacional da Proteção Civil.

Patrícia Gaspar fez, ainda, uma atualização do número de feridos, que subiu para os 39, ainda que continue a haver apenas um em estado grave, uma idosa de Alferce que foi transportada para o Hospital de São José, em Lisboa. «Desses, 21 são bombeiros, mas todos com ferimentos mínimos», assegurou.

Desta forma, fica reforçada a esperança de que o incêndio de Monchique, que lavra há quase uma semana, destruiu cerca de 50 edificações e obrigou à evacuação de centenas de pessoas, possa ser dominado em breve.

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