“Pasta e Basta” à moda algarvia cozinha interculturalidade em Aljezur e Monchique

Pasta italiana, com kamoka (uma farinha de Cabo Verde), queijo paneer, muito usado na Índia, Tailândia ou Bangladesh, batata-doce e […]

“Pasta e Basta” – Créditos: João Tuna

Pasta italiana, com kamoka (uma farinha de Cabo Verde), queijo paneer, muito usado na Índia, Tailândia ou Bangladesh, batata-doce e enchidos. Esta verdadeira açorda de culturas começa a ser servida já esta quinta-feira, 16 de Novembro, às 19h30, com o primeiro “Pasta e Basta – Um Mambo Italiano”, à moda algarvia, na sede do Rancho do Rogil (Aljezur). 

O conceito é simples: 60 ou 70 pessoas vão-se juntar à volta de uma mesa para aprender a fazer massa fresca. À chegada, o público será dividido para «juntar pessoas que não se conhecem», explicou, ao Sul Informação, Giacomo Scalisi, um dos responsáveis pelo projeto “Lavrar o Mar”, um dos eventos ancôra do “365Algarve”, de que faz parte o “Pasta Basta”.

«A partir daí é um fazer por conhecer as pessoas que estão ao nosso lado, algo que já acontece muito pouco», acrescentou.

No meio vão estar Giacomo e André Amálio, tanto a ensinar a cozinhar, como a interpretar uma história, escrita por Afonso Cruz para o “Pasta e Basta”, um espetáculo que já passou por outras cidades portuguesas, como Lisboa e Aveiro.

«A história não é fácil, mas é linda. Fala deste tema da interculturalidade de uma maneira muito forte», revela Giacomo Scalisi. Esta narrativa vai sendo revelada, em momentos em que é preciso esperar. Por exemplo: quando a massa está a cozer.

O protagonista da ficção é um prisioneiro, condenado à morte, que decide escrever a sua última carta à filha que não viu crescer. O último desejo deste homem era comer os três melhores pratos que a sua amante cozinhava e que continham dentro todo o mundo. A metáfora parece evidente…

“Pasta e Basta” – Créditos: João Tuna

Para contar a história, Giacomo vai falar italiano e André Amálio português. Já as outras duas pessoas que vão participar neste “Pasta e Basta” (uma do Oriente, outra de África) vão falar hindi e crioulo.

Com este espetáculo, um dos grandes objetivos é «falar de interculturalidade», de uma maneira metafórica. Ou seja: «criando pratos que são um verdadeiro equilíbrio entre culturas».

«A ideia é que possamos viver na nossa sociedade, com culturas diferentes, mas misturando-as com os nossos hábitos», explicou Giacomo Scalisi.

As expetativas são as melhores. «A adesão do público tem sido ótima. Temos muitos bilhetes vendidos. A nossa experiência é que as pessoas saem com um sorriso na boca». O facto de se «fazer comida com as próprias mãos, de conviver com outras pessoas» ajuda nesta equação.

O “Pasta e Basta”, que integra a programação do “365Algarve”, tem exibições marcadas para dia 19 de Novembro, às 19h30, na sede do Rancho do Rogil, mas também para Monchique, dias 30 de Novembro, 1, 2 e 3 de Dezembro, às 19h30, no Parque da Mina.

No final, «vamos entregar a história para as pessoas poderem ler, em casa, com calma», revelou.

E também os mais novos vão ter um espetáculo que lhes é especialmente dedicado. A massa será colorida e a história será «outra, especificamente para crianças», contou  Giacomo. O objetivo é juntar pais e filhos e até se vai «cozinhar uma criança», mais uma vez, em sentido metafórico.

“Pasta e Basta” – Créditos: João Tuna

No dia 19, às 11h30, no Rogil, há a versão para os mais novos, repetindo-se a 3 de Dezembro, à mesma hora, mas em Monchique. Os bilhetes para ambas as sessões já estão esgotados.

Segundo a Câmara de Aljezur, os dois responsáveis pelo “Lavrar o Mar”, Giacomo Scalisi e Madalena Victorino «desassossegam mentes e desafiam, em projetos arrojados, que merecem toda a dedicação desta Câmara».

A autarquia realça, ainda, o facto de o projeto «envolver a comunidade local», o «que se traduziu na participação do Rancho Folclórico do Rogil, que aceitou o desafio lançado de receber, em sua casa, o primeiro espetáculo “Pasta Basta”».

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