Centro Hípico de Faro prejudicado por “guerra” entre o vizinho e a Câmara Municipal

O centro hípico farense Equinostrum está «envolvido numa guerra que não lhe pertence» e já entrou em despesas devido à […]

???????????????????????????????O centro hípico farense Equinostrum está «envolvido numa guerra que não lhe pertence» e já entrou em despesas devido à desavença entre um proprietário vizinho e a Câmara Municipal, ligada à venda de um terreno na zona poente do Parque Ribeirinho de Faro.

O Equinostrum usava a estrada de acesso ao terreno do vizinho desde a sua inauguração, com concordância do mesmo, mas viu o caminho onde desembocava a sua entrada principal e a tubagem de abastecimento de água do centro destruída, quando Valter Alfaiate decidiu destruir aquele acesso secundário do recém-inaugurado espaço de lazer farense.

Uma situação que está ligada a um desacordo quanto ao valor do negócio, entre a Câmara de Faro e Valter Alfaiate, que tem representado os três alegados donos do terreno (neste momento, o espaço é do Domínio Público Hídrico, garante a ARH do Algarve). A autarquia só está disposta a pagar 190 mil euros, quando o potencial dono quer os 450 mil que a Câmara de Faro e a Assembleia Municipal admitiram pagar, em 2011.

Entretanto, a autarquia pediu uma avaliação do terreno, que diz que ele só vale 190 mil euros. Além disso, os proprietários terão ainda de provar que o terreno é, efetivamente seu, já que à luz da lei da Titularidade dos Recursos Hídricos, aprovada em 2005, terão de demonstrar, com documentos, que já era propriedade privada em 1864.

O Equinostrum, que até já fez essa prova junto das entidades competentes, em relação ao seu terreno, acabou por ser apanhado no meio desta disputa e queixam-se de estar «a ser utilizados como arma de arremesso contra a Câmara», pelo vizinho descontente.

«Quando abrimos o centro, em 2007, contatámos o senhor Valter Alfaiate, que era o único dos quatro herdeiros do terreno que conhecíamos. Perguntámos se podíamos usar o caminho e ele disse-nos para passarmos à vontade», revelou ao Sul Informação Júlio Coutinho, sócio-fundador do centro hípico farense.

Júlio Coutinho: “Já tivémos uma despesa não contabilizada de mais de mil euros”

Até há poucas semanas, não houve qualquer problema, com os funcionários e clientes do centro a usar parte do caminho (mais tarde integrado no Parque Ribeirinho de Faro) para aceder à sua entrada principal.

Tudo mudou quando Valter Alfaiate «com um trator, destrui o caminho e cortou a água». «Na altura, chamámos a GNR, que tomou conta da ocorrência. Ele justificou e disse que foi sem querer. Tentámos reparar a conduta a nossas expensas, mas ele não autorizou. Depois veio a FAGAR e ele proibiu-os de trabalhar no terreno deles, que se quisessem fizessem a ligação pelo nosso lado», descreveu.

Além de ter de custear uma instalação de água nova, tendo ficado cinco dias sem este bem essencial, o Equinostrum viu-se obrigado a abrir uma nova entrada, para a estrada principal.

Tudo isto, levou a empresa a ter «uma despesa não contabilizada de mais de mil euros», além de ter colocado em causa a atividade e até a segurança do centro hípico, uma vez que é um estabelecimento «que tem animais e estruturas em madeira».

«O senhor não teve a mínima decência para connosco, que estamos no meio de uma luta que não é nossa. Ele abriu uma vala diretamente em frente ao nosso portão, que até foi autorizado por nove entidades distintas», ilustrou Júlio Coutinho.

???????????????????????????????Nelly Henrique de Brito, sócia de Júlio Coutinho no Equinostrum, já tinha vindo a público denunciar a situação, na passada semana. Numa nota à comunicação social, a também fundadora da empresa salientou que o caminho em causa «é domínio público da REFER, caminho público hídrico, existe há mais de 100 anos, serve a Eco Via do Algarve e serve o Equinostrum há 4 anos sem que o proprietário fizesse qualquer reclamação ou comentário».

«Porque está o Equinostrum a ser prejudicado? Simplesmente porque o proprietário entende que devemos fazer pressão junto da Câmara para que esta lhe pague o que ele quer», concluiu Nelly de Brito.

Quanto à nova entrada, apesar de permitir, para já, que o centro continue a ser acessível, por carro, a gerência do centro teme que, com a chegada da época da chuva, se torne intransitável.

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