Verdades sobre o país (IV)

No 5 de Outubro, um protestante foi detido por tocar no veículo de alta cilindrada, blindado, hermeticamente fechado, travando o […]

No 5 de Outubro, um protestante foi detido por tocar no veículo de alta cilindrada, blindado, hermeticamente fechado, travando o contacto com o povo que hipoteticamente elegeu o passageiro, o Primeiro-Ministro que agora comanda os destinos de 10 milhões.

Há semanas, o Papa dispensou isto e, no Rio de Janeiro, em carro normal, com a janela aberta, apertava a mão do povo, ele que lidera 990 milhões.

Dos 736 deputados ao Parlamento Europeu, 111, i.e, 15% foram acusados de violência conjugal e delitos do código civil, condenados por conduzir embriagados, cheques sem cobertura, falências fraudulentas, etc. Metade dos eleitores não usou o seu voto nas recentes eleições ao PE.

Nas nossas legislativas, também metade não votou. Nas recentes autárquicas, a abstenção, os votos nulos (duplicados desde a anterior) e os brancos superaram muito (entre 55 e 65% na maioria dos concelhos) os votantes.

Há presidentes de Câmaras Municipais que comandarão os destinos do concelho com uns 17% de apoio.

O mesmo ocorre em muitos outros países ditos democráticos. No Brasil, onde o voto é obrigatório, paga-se elevada multa e não se recebe salários, faturas, o que for, do governo, sem comprovar que se votou. Os mais votados lá são os palhaços profissionais, animais de circo, etc.

Nos países onde, mesmo não sendo obrigatório, o povo usa o seu direito democrático, temos reinados. P.ex. os Nórdicos, a Holanda e Bélgica. Na maioria deles, só pode se candidatar por um concelho ou distrito quem lá vive pelo menos há dois anos.

Na maioria deles, não se pode fazer publicidade eleitoral na comunicação social fora do horário gratuitamente cedido pelas emissoras, como parte do contrato com o Estado, que é proporcional ao número de cadeiras no parlamento e em função dos candidatos, quando é um grupo independente.

E qualquer eleitor pode candidatar-se a qualquer cargo eletivo, desde que tenha duas centenas de assinaturas para o concelho, dois milhares para o parlamento.

Naqueles países, a abstenção é de uns 15% e os votos nulos e brancos são raros.

Além de cinco grandes partidos, há outros tantos que podem ser maioria em alguns concelhos, mas que, mesmo com poucos assentos no parlamento, não só dão voz aos sem-voz, como podem até, em alguns casos, travar leis absurdas.

Se quer debater estes temas, escreva-me para receber convite para dia 30, 19h00, na Quinta dos Vales, em Estombar, Lagoa.

 

Autor: Jack Soifer é consultor internacional e autor dos livros Como Sair da Crise, Algarve/ Alentejo – My Love e Ontem e Oje na Economia.

 

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