Em dia de manif, CCDR diz que está atenta à questão das Alagoas Brancas

Hoje, celebra-se o Dia Mundial da Biodiversidade

A presidência da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve diz que tem «mantido os necessários contactos e cooperação institucional» com a Câmara de Lagoa na questão das Alagoas Brancas. A posição surge num dia em que houve uma manifestação à porta da CCDR, em Faro. 

Este protesto, convocado pelo movimento “Salvar as Alagoas Brancas”, juntou algumas dezenas de pessoas.

Numa nota enviada à imprensa, a CCDR garante que, além da cooperação institucional com a Câmara de Lagoa e com «diversas entidades com competência», também tem acompanhado «iniciativas particulares e da sociedade civil que, no quadro dos normativos legais e de ordenamento do território aplicáveis, contribuam para a preservação da Biodiversidade na Região do Algarve».

As Alagoas Brancas são «uma situação concreta e circunscrita, em área classificada como solo urbano pelo Plano Diretor Municipal (PDM) de Lagoa, maioritariamente, em áreas qualificadas como solo cuja urbanização é possível programar de acordo com o Plano de Urbanização de Lagoa, que se constitui como perímetro urbano da Cidade de Lagoa, não se encontrando assinaladas quaisquer servidões ou restrições de utilidade pública», recorda a CCDR.

 

José Apolinário – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

Também hoje e associada ao Dia Mundial da Biodiversidade, foi divulgada uma carta aberta, com sete razões para impedir a destruição das Alagoas Brancas, assinada por entidades como a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, a Plataforma Água Sustentável, Sciaena e a Tavira em Transição.

Estas razões são tanto relacionadas com o clima, como com a biodiversidade, uma vez que as Alagoas Brancas são um «ecossistema e uma zona de alimentação, dormitório, refúgio, nidificação e reprodução de mais de 145 espécies de aves, contendo no seu total mais de 300 espécies de fauna e flora».

Outra das razões é a questão da água («a seca no Algarve é estrutural e não faz nenhum sentido drenar e terraplanar charcos naturais»), bem como a segurança («construir um retail park por cima de um aquífero e de uma zona húmida que deveria ser considerada zona ameaçada por cheias põe em risco a população e os seus bens e a sustentabilidade»).

As outras três razões prendem-se a economia, a justiça e a sustentabilidade.

 

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