Dérbi entre Farense e Portimonense vai ser «super especial»

Sul Informação falou com Manuel Cajuda, histórico jogador e treinador algarvio

Vai ser um jogo «super especial» entre dois clubes que Manuel Cajuda tem «no coração». O algarvio estreou-se como treinador no Farense, mas foi no Portimonense que teve a primeira experiência como técnico na I Liga. Para o dérbi desta terça-feira, 27 de Abril, Manuel Cajuda confessa que preferia uma vitória do Farense, «apenas devido ao contexto atual» que obriga a equipa da capital algarvia a ganhar pontos para alcançar a manutenção.

32 anos depois, Farense e Portimonense vão voltar a disputar um jogo a contar para a I Liga, no Estádio de São Luís, em Faro.

A última vez que tal tinha acontecido foi na longínqua época de 1988/1989, na altura com um empate a zero.

Fosse como jogador, onde alinhou pelo Farense, seja como treinador, Manuel Cajuda sabe bem o que significa este jogo. «Um dérbi é sempre um dérbi e este é super especial», começa por dizer, em entrevista ao Sul Informação.

«Não é fácil, para mim, fazer comentários a dois clubes que tenho no coração. Comecei a minha carreira como treinador no Farense, fui jogador, capitão e iniciei lá a minha carreira como técnico. Já o Portimonense foi o primeiro clube que me ofereceu contrato na I Divisão», conta.

Ainda assim, para o jogo de hoje, Manuel Cajuda não esconde uma preferência – que prontamente justifica.

«Bem, aquilo de que eu gostaria realmente era que ganhassem os dois, mas, neste caso especial, não tenho dúvidas, sem beliscar o amor pelo Portimonense, na preferência pela vitória do Farense devido à situação atual», explica.

É que o Farense está numa acesa luta pela permanência, ocupando a 17ª posição (25 pontos). Já o Portimonense, como diz Manuel Cajuda, «está mais tranquilo» no 10º lugar e com 32 pontos.

 

Manuel Cajuda

 

«O futebol algarvio precisa de duas equipas na I Liga e eu, neste caso, não beliscando o amor que tenho pelo Portimonense, gostaria que o Farense vencesse», reitera.

Para o técnico, o jogo de hoje é «decisivo para o Farense». «Se não ganhar, penso que fica numa posição muito, muito delicada. É evidente que o campeonato continua, mas fica muito complicado», considera.

Caso vença, Manuel Cajuda acredita que a equipa de Faro partirá «para a tão desejada manutenção».

E os atuais treinadores das duas equipas, que dizem?

Tanto Jorge Costa (Farense) como Paulo Sérgio (Portimonense) assumem que será um jogo difícil. «Sabemos que é especial porque é um dérbi, mas queremos dar continuidade ao que fizemos de bom em Paços de Ferreira», diz o treinador do Farense.

«Partimos com espírito de conquista: sabemos das qualidades do Farense. Respeitamos muito o nosso vizinho. O Farense tem uma boa equipa, excelentemente orientada», considera, por sua vez, Paulo Sérgio.

Sem adeptos nas bancadas, o treinador do Portimonense pensa que o Farense não terá grande vantagem por jogar em casa, mas Jorge Costa assume que quer «voltar às vitórias» no São Luís.

 

 

Para Manuel Cajuda, a chave do jogo estará «no coletivo» de cada uma das equipas. «Isso é, sempre, o ponto forte de qualquer equipa», considera.

Quem espera um jogo «muito aberto», repleto de oportunidades, é que pode estar enganado.

«São duas boas equipas e será um jogo difícil para ambas. Pela experiência que tenho, acredito que talvez não venha a ser uma partida muito bem disputada, em que a questão psicológica vai prevalecer», afiança o técnico algarvio.

Olhando ao histórico de confrontos, o Portimonense nunca venceu no São Luís, em jogos da I Liga. Por outro lado, se se tiver em conta todos os jogos entre os dois clubes algarvios em todas as competições, a estatística é mais equilibrada: 27 vitórias para o Farense, 15 empates e 25 triunfos para o Portimonense.

Hoje, a partir das 21h45, haverá mais uma página de história a ser escrita.

 

 



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