Alunos da Universidade do Algarve já estão a ser testados à Covid-19 no seu regresso às aulas

Até ao final desta segunda-feira, 19 de abril, nenhum dos 1200 testes realizados à comunidade académica tinha dado positivo

Foto: Rúben Bento | Sul Informação

Passo a passo, os alunos da Universidade do Algarve vão avançando, enquanto aguardam a sua vez para serem testados à Covid-19. Na sexta-feira passada, foi o pessoal docente e não docente, investigadores e outros funcionários a fazer os testes antigénio de despiste da doença, esta segunda-feira, no dia em que regressaram ao ensino presencial, chegou a altura dos alunos universitários.

A tarde já vai longa e a fila conta com três pessoas apenas à espera de entrar. A maior parte dos alunos com testes marcados para a tarde afinal, acabou por ser testada de manhã. Quando chegam ao local da testagem, na parte traseira do edifício da Escola Superior de Educação e Comunicação, no campus da Penha da Universidade do Algarve (UAlg), à entrada do recinto delimitado, é-lhes perguntado o nome, para confirmação da marcação.

Após desinfetarem as mãos com álcool-gel, que está ao seu dispor, e medirem a temperatura corporal (por questões de segurança, pois a testagem é apenas para aqueles que não apresentam sintomas), avançam para a próxima estação, onde terão de confirmar os seus dados pessoais. É-lhes então indicado o caminho a seguir: aguardarem pela sua vez numa outra fila, com posições marcadas no chão a azul.

 

O circuito de testagem possui vários pontos por onde os alunos terão de passar. Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Marisa Cruz, aluna do curso de Secretariado Executivo, aguarda nervosa pela sua vez de ser testada. Acompanhada pela mãe, vai contando os minutos até ser chamada para entrar no pavilhão.

Para Marisa, esta «é uma maneira de saber quem está infetado e quem não está», um processo fundamental neste regresso ao ensino presencial que, segundo a própria, «é melhor que aulas online, onde é difícil aprender a matéria e o que os professores tentam transmitir aos alunos».

Dentro do pavilhão desportivo da escola, os testes rápidos antigénio estão a ser feitos aos alunos que já entraram. Este centro de testagem massiva conta com oito compartimentos, onde o teste é realizado por profissionais qualificados, sendo estes apoiados por alunos dos cursos de saúde da universidade.

Este é o caso de Tatiana Mira, aluna do 3º ano de Ciências Biomédicas Laboratoriais. Tatiana é uma das colaboradoras desta operação, que vê na sua ajuda uma oportunidade para «perceber melhor o que damos nas aulas teóricas, conseguindo aplicar na prática. Não fazemos uma colheita, mas aprendemos como se faz, ou seja, todo o processo pré-analítico da testagem».

Augusta Ferreira, subdiretora da Escola de Saúde da UAlg, também faz parte deste processo massivo de testagem à Covid-19. A coordenar professores e alunos, afirma que «o espírito de equipa das várias unidades orgânicas tem sido extraordinário». Também ela vê nesta testagem «uma forma de [os alunos das áreas de saúde da UAlg] estabelecerem contacto e de interagirem com os professores, sendo uma mais valia para todos os alunos que aqui colaboram».

 

Os alunos são testados por professores, apoiados por alunos de cursos de saúde da universidade. Foto: Rúben Bento | Sul Informação

 

Integrada no Programa Nacional da Cruz Vermelha para o Ensino Superior, ao qual a Universidade do Algarve aderiu, a testagem está a ser feita a mais de três mil estudantes, numa tentativa de «englobar todos os alunos da universidade, quer estejam em licenciatura, mestrado, ou noutro curso e que já estão em Faro. Também aqueles que estão a organizar a sua vida para virem durante esta semana para as aulas presenciais poderão ser testados, se tiverem feito a marcação prévia», explica André Botelheiro, coordenador do Gabinete de Comunicação da Universidade do Algarve, em declarações ao Sul Informação.

«Sabendo que hoje [ontem] se iniciam as atividades letivas presenciais na universidade, pensamos que este é um fator de segurança e de alguma confiança para toda a comunidade académica. Apesar desta testagem, não podemos esquecer todas as medidas de segurança que devem ser mantidas dentro dos campi da universidade» diz André Botelheiro, realçando que «o rastreio poderá ajudar-nos a encontrar pessoas assintomáticas dentro da comunidade universitária».

A testagem a toda a comunidade académica, que começou na sexta-feira, 16 de Abril, «conta já com mais de 1200 testes» realizados até à tarde desta segunda-feira, dia 19, «não tendo ocorrido ainda nenhum caso positivo entre os testados», revela André Botelheiro.

A operação está a realizar-se em dois períodos: das 9h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, existindo marcações de meia em meia hora.

Continuará até ao dia 25 de Abril, pretendendo testar o maior número de pessoas da comunidade académica.

 

Fotos: Rúben Bento | Sul Informação

 

 



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