7 meios aéreos e 833 operacionais «permitem confiança» para combate a incêndios no Algarve

Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) foi ontem apresentado

Sete meios aéreos e, na fase mais crítica, 833 operacionais apoiados por 206 veículos. O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR), definido para o Algarve e apresentado esta segunda-feira, 18 de Maio, permite «enfrentar com confiança a campanha de incêndios florestais». 

Em conferência de imprensa, Vítor Vaz Pinto, comandante da Proteção Civil no Algarve, deu a conhecer este dispositivo, que vem «em linha com o dos anos passados».

Quanto aos números, o Algarve contará, na fase mais crítica (de 1 de Julho a 30 de Setembro), com 833 operacionais e 206 veículos, de entidades como os Bombeiros, GNR, PSP, ICNF, Sapadores Florestais e equipas municipais de intervenção florestal.

No que diz respeito aos meios aéreos serão 7 no total: 4 helicópteros de ataque inicial (um dos quais estacionado em Ourique), 1 de ataque ampliado e 2 aviões médios (estacionados em Beja, mas prontos a atuar no Algarve).

Este ano, há mais um Grupo de Combate a Incêndios Florestais e, tal como já aconteceu no passado, voltou a ser solicitado o empenhamento das Forças Armadas para a realização de ações de patrulhamento e vigilância. Também há um total de 11 máquinas de rasto prontas a atuar e 12 postos de vigia.

Outra das estratégias a usar é a antecipação do ataque ampliado, para reduzir os tempos de chegada de reforço, nas situações de maior complexidade, balanceando meios das três forças de empenhamento permanente (dos Bombeiros, da Força Especial de Proteção Civil da ANEPC e da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR) para os 7 locais estratégicos de pré-posicionamento espalhados pelo território regional.

Continuará ainda a aposta em bases estratégicas de meios de combate, com pré-posicionamento de duas brigadas de combate a incêndios (uma no Barlavento, outra no Sotavento) e de dois grupos de combate a incêndios florestais.

Em Portimão, por exemplo, o Destacamento da Senhora do Verde já está a funcionar, com uma equipa composta por um veículo florestal de combate e cinco bombeiros.

 

Vítor Vaz Pinto

 

Como explicou Vítor Vaz Pinto, o despacho de meios, para qualquer ocorrência, será sempre feito «até dois minutos após o alerta». O primeiro veículo deverá chegar ao local num máximo de 20 minutos e também será despachado, sempre que possível, um meio aéreo.

Caso o incêndio não seja extinto num prazo de 90 minutos, «os meios serão reforçados».

Este ano, há um novo factor a ter em conta: a Covid-19. A pandemia obrigou ao cancelamento de ações de treino de operacionais, mas também trouxe boas notícias, com «mais pessoas disponíveis» para integrarem os bombeiros como voluntários.

De resto, este ano houve um aumento do valor da comparticipação paga aos bombeiros que voluntariamente integrem o DECIR, em mais 4 euros por dia.

Também a Comunidade Intermunicipal do Algarve – AMAL volta a aliar-se, promovendo o habitual protocolo de cooperação com a ANEPC, a Federação dos Bombeiros do Algarve, as Câmaras Municipais e as Associações Humanitárias de Bombeiros, reforçando a sua comparticipação em 20 euros (mais 2 euros por dia, por bombeiro).

Isto corresponde a um aumento de 6% relativamente ao ano transato e representa um investimento, distribuído pelas 16 Câmaras Municipais, de cerca de 513 mil euros.

Assim, cada bombeiro que, no Algarve integre o DECIR de forma voluntária, vai ganhar 74 euros por 24 horas de serviço, isento de tributações: um aumento de 9% relativamente ao ano anterior.

E o novo coronavírus vai obrigar a mudanças no combate aos fogos? Vítor Vaz Pinto explicou que «vamos ter bombeiros a usar equipamento de proteção individual, tal como já o fazem». Haverá, sim, uma «higienização dos espaços e veículos», a elaboração de «planos de contingência» e uma «maior preocupação quando não estão em operação».

No ano passado, o Algarve não teve um grande incêndio, ao contrário do que aconteceu em 2018, com Monchique, e este dispositivo tem em conta o facto de «o território ser vulnerável».

«Sabemos que as condições meteorológicas nos vão ser adversas e que a situação de seca também é uma preocupação», até porque o nível da água «está bastante baixo» nas barragens, o que é negativo para «o abastecimento dos aviões».

Ainda assim, Vítor Vaz Pinto garantiu que os «cidadãos podem contar com dispositivo capaz de responder».

Em caso de situações de exceção, como grandes incêndios…«teremos de responder com medidas de exceção», concluiu o comandante da Proteção Civil no Algarve.

Fora do período mais crítico, a região contará com 794 operacionais e 202 veículos (1 a 30 de Junho) e com 818 operacionais e 200 veículos (1 a 15 de Outubro).

 

 

 

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