Faro aprova classificação do edifício da RTP como Imóvel de Interesse Municipal

Socialistas querem que edifício seja recuperado pela RTP e que possa acolher também os jornalistas da Agência Lusa

A Câmara de Faro aprovou, esta segunda-feira, por unanimidade, uma proposta dos vereadores do PS para que seja iniciado o procedimento de classificação do edifício da RTP como Imóvel de Interesse Municipal.

Os socialistas consideram que o edifício da RTP Faro, localizado no Campo Senhora da Saúde, «apresenta um valor cultural relevante para o Município de Faro, não só pelas suas características arquitetónicas (no que concerne ao valor dos materiais e estético e porque retratam uma época, dos anos 50), mas também porque o Edifício da RTP Faro é portador de valores simbólicos, uma vez que constitui uma testemunha notável de vivências e factos históricos da comunicação e informação regionais».

A aprovação da proposta socialista é apenas o início do processo de classificação, uma vez que terá ainda de ser submetido a outras entidades, como a Direção Geral do Património Cultural.

Esta tomada de posição surge poucos meses depois de a concelhia do partido ter feito uma participação ao Ministério Público sobre a propriedade dos terrenos onde se localiza este edifício.

O PS Faro defende que os terrenos do Emissor Regional do Sul, onde funciona a delegação da RTP, em Faro, são municipais e não podem ser vendidos, como pretende a administração da rádio e televisão públicas.

Os socialistas acreditam que houve uma apropriação ilegal pela RDP, em 1985.

«Dadas as circunstâncias, que colocam em risco a integridade e perenidade do Edifício da RTP Faro (uma vez que se localiza num terreno sobre o qual tem recaído intenção de venda por parte da RTP), é imperioso que o Município de Faro promova a sua especial proteção e valorização através da sua classificação como imóvel de interesse municipal», consideram os vereadores do PS.

Em declarações ao Sul Informação, Paulo Neves, presidente da concelhia do PS, explicou que «o que queremos é que o edifício seja recuperado pela RTP, como aconteceu em Coimbra. O edifício da RTP, em Coimbra, é idêntico a este e foi recuperado e reapetrechado. O edifício pode até albergar, além da RTP, a Agência Lusa que, neste momento, não tem um espaço físico no Algarve».

Sobre a participação que foi feita ao Ministério Público, o líder dos socialistas farenses disse que «ainda não conheceu avanços. Está a decorrer os seus trâmites, houve agora as férias judiciais. Além disso, não estamos a falar de uma situação emergente. Só seria emergente se já houvesse um contrato promessa de compra e venda para aquele terreno assinado, o que ainda não aconteceu».

A Câmara de Faro, liderada pelo social-democrata Rogério Bacalhau, ainda não tomou posição sobre a questão da propriedade dos terrenos.

Segundo apurou o nosso jornal, a documentação entregue pelo PS ao Ministério Público ainda está a ser analisada e fonte camarária disse ao Sul Informação que «o executivo não tem qualquer comentário a fazer sobre esta questão».

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