Deputados do PS recomendam ao Governo preservação e classificação das Zonas Húmidas e Almargem aplaude

Luís Graça, Ana Passos, António Eusébio e Fernando Anastácio, deputados do PS eleitos pelo Algarve, entregaram um projeto de resolução […]

Lagoa dos Salgados

Luís Graça, Ana Passos, António Eusébio e Fernando Anastácio, deputados do PS eleitos pelo Algarve, entregaram um projeto de resolução em que recomendam ao Governo a preservação e classificação das Zonas Húmidas do Algarve. A associação Almargem já veio a público congratular-se com esta ação. 

Na proposta, os deputados algarvios sugerem que o Governo articule com a AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve e com os municípios de Lagos, Silves, Albufeira e Loulé um plano de ação concertado que vise a identificação, classificação e desenvolvimento de um projeto de gestão das zonas húmidas do Paul de Lagos (Lagos), da Lagoa dos Salgados (Silves e Albufeira), e do Trafal e Foz do Almargem (Loulé).

Este plano deve permitir «a sua respetiva classificação legal e a sua proteção ecológica adequada e ainda disponibilizar meios e apoiar as associações cívicas e as organizações não governamentais na área do ambiente para o seu envolvimento e contributo cientifico na caraterização da avifauna aquática e do estudo da flora destas zonas húmidas».

Em comunicado, a Almargem diz que há «há 30 anos que esta associação tem vindo a defender a importância das zonas húmidas do Algarve, não só as já formalmente protegidas (Sapal de Castro Marim e Ria Formosa) mas também todas as outras que, por diversas razões, têm vindo a ser ameaçadas, retalhadas ou abandonadas».

Quanto às três áreas agora em causa (Paul de Lagos, Lagoa dos Salgados e Trafal e Foz do Almargem), a associação «disponibiliza-se completamente para ajudar naquilo que for necessário, seja fornecendo informações pertinentes ou mesmo promovendo trabalhos de investigação imprescindíveis para que estas zonas húmidas possam ser adequadamente recuperadas e salvaguardadas».

Esta iniciativa do PS, que procura valorizar e chamar a atenção para o Dia Mundial das Zonas Húmidas, celebrado ontem, 2 de Fevereiro, «surge depois de um conjunto de reuniões entre o deputado Luís Graça e associações de defesa do ambiente, bem como com os autarcas algarvios que estão sensibilizados para a necessidade de preservar estas zonas».

«A Câmara de Lagos já iniciou a preparação de um plano de gestão para o Paul de Lagos. A Câmara de Loulé e a Junta de Freguesia de Quarteira estão empenhadas na classificação e valorização do Trafal e Foz do Almargem», explica o socialista, que acredita que esta proposta vai ajudar nesses objetivos.

No projeto de resolução, os parlamentares lembram que «as denominadas zonas húmidas são áreas de sapal, paul, turfeira ou água, existentes em zonas costeiras e ribeirinhas, com plantas aquáticas e solos encharcados e que ao receberem as águas das chuvas, de reservatórios subterrâneos e de rios e ribeiras controlam inundações e a erosão através da vegetação, purificando a água que, em muitos casos, alimentam reservatórios naturais subterrâneos de água doce que o Homem utiliza».

O PS recorda ainda que «por incúria e desconhecimento, apesar da sua importância ecológica, estética e cultural, as zonas húmidas foram encaradas como territórios marginais que deveriam ser transformados em terra seca» e que «o Algarve possui um conjunto de zonas húmidas costeiras de diversas origens e fisionomias, com relevante riqueza e importância ecológica».

 

Já a Almargem aproveita ainda esta ocasião para solicitar ao Município de Lagoa «que, de uma vez por todas, aceite, sem preconceitos, promover um debate aberto e transparente sobre a situação atual e as perspetivas futuras da pequena zona húmida das Alagoas Brancas».

Esse debate deveria envolver grupos ambientalistas, instituições com responsabilidade no assunto (Agência Portuguesa do Ambiente, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve) e os próprios proprietários, «na procura de uma solução consensual e sustentável».

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