Associação de Municípios “Terras do Infante” repudia suspensão dos trabalhos na EN125

Os presidentes dos municípios de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo, respetivamente, Júlio Barroso, José Amarelinho e Adelino Soares, e […]

Os presidentes dos municípios de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo, respetivamente, Júlio Barroso, José Amarelinho e Adelino Soares, e demais membros da Assembleia Intermunicipal das Terras do Infante, aprovaram na segunda-feira uma moção de «protesto e repúdio» face à suspensão das obras na EN125 e ao impasse nas restantes acessibilidades ao triângulo vicentino (EN120 e IC4).

A Associação de Municípios Terras do Infante (Aljezur, Lagos e Vila do Bispo), subscrevendo a posição já tornada pública pela Câmara de Lagos, manifestou assim «a sua preocupação e repúdio pela suspensão dos trabalhos da requalificação da EN 125 no Algarve que decorrem na área dos municípios de Lagos e Vila do Bispo, as quais avolumam as dificuldades de acessibilidade aos três municípios mais sudoeste da Europa Continental, especialmente aos cerca de 1,5 milhões de turistas que se deslocam a estes territórios e visitam o Cabo de S. Vicente».

A Associação de Municípios chama a atenção para «o perigo e desconforto para os munícipes, turistas e todos os automobilistas que constitui o facto da rotunda no cruzamento das Quatro Estradas/Lagos, de acesso à Vila da Luz e ao concelho de Vila do Bispo, não ter sido concluída, ter ficado mal sinalizada, com obstáculos e sinais contraditórios em espaço de circulação».

Por outro lado, a circular de Lagos, que fará a ligação da Via do Infante à rotunda atrás referida e à rotunda da Fonte Coberta, e que constitui, por isso, uma via principal e estruturante das acessibilidades a Lagos, à Praia e freguesia da Luz e ao concelho de Vila do Bispo, «prometida para abrir na primavera, com esta suspensão, fica posta em xeque a sua entrada em serviço no verão».

A Associação Terras do Infante lembra ainda, na sua moção, que «estão paradas as obras das várias rotundas previstas para o trajeto da EN125 em ambos os concelhos, em locais de grande conflito de tráfego, o que, no verão, virá novamente causar grandes atrasos no tráfego».

Para mais, «algumas, de grande perigosidade e efetiva sinistralidade, como é o caso do acesso ao Chinicato/Lagos, no cruzamento de Burgau e na Raposeira (ambos em Vila do Bispo), ainda nem sequer começaram, pelo que esta paragem do processo ainda inquieta mais residentes e autarcas quanto à sua efetiva concretização».

Além disso, os três municípios reclamam «a imediata continuação do processo de implementação da variante de Odiáxere/Lagos, uma vez que já foi aprovada a declaração de impacte ambiental».

Todos os atrasos na concretização deste eixo viário alternativo ao atual traçado da EN 125, que atravessa a vila de Odiáxere, «continuarão a causar o caos naquela vila», acrescenta a moção.

«Com a entrada em vigor das portagens da Via do Infante (situação que só deveria ocorrer depois da requalificação da EN125!), Odiáxere voltou a registar grandes filas de trânsito, situações de perigo permanente, perda da qualidade de vida e tranquilidade dos seus habitantes, e o verão ainda não chegou».

Por outro lado, na EN 120 que faz a ligação Aljezur/Lagos, ao quilómetro 160, continua por executar a requalificação do Pontão junto ao acesso ao Pincho. «Trata-se de uma situação que se arrasta há mais de três anos, facto inadmissível e que só tem contribuído para engrossar a já negra estatística de acidentes, a maioria dos quais, muito graves».

Quanto ao famigerado IC4 e Variante de Aljezur, «o atual Governo remete-se a um “sepulcral silêncio”, revelador de um perfeito desnorte quanto às prioridades e soluções em termos de acessibilidades nesta faixa do território que tem sido permanentemente desconsiderada nesta matéria, entre muitas outras», considera ainda a moção.

«As “Terras do Infante”, ao longo dos tempos, sofreram enormes prejuízos no seu desenvolvimento e valorização pelo afastamento relativo aos grandes eixos viários e meios de transporte, sofreram mais com o atraso de onze anos na chegada da Via do Infante. Voltam a sofrer pela penalização que resulta da introdução de portagens na mesma antes da prometida requalificação da EN125, sendo que o Algarve sudoeste, dada a sua localização, é quem, mais uma vez, sofre mais as consequências de tão desleal medida, o que é comprovado pelas estatísticas do desemprego e da ocupação hoteleira», acrescenta Assembleia Intermunicipal das Terras do Infante.

Por isso, sublinha ainda, «esta suspensão dos trabalhos constitui mais uma injustiça praticada sobre esta região, isolando ainda mais os concelhos das Terras do Infante, com prejuízos económicos e sociais de elevada monta e difícil ressarcimento».

«Lamentável é também o “jogo do empurra” entre os vários protagonistas, incluindo o próprio Governo, quando, tratando-se de uma obra em curso, de necessidade inquestionável, todos os responsáveis, a todos os níveis, deveriam conjugar esforços para evitar estes sobressaltos e desperdícios que, no final, todos vamos ter de pagar», conclui a moção ontem aprovada.

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