CDS e PSD acusam Isilda Gomes de «traição» aos portimonenses

Em causa, a suspensão do mandato para se candidatar ao Parlamento Europeu

«Traição aos eleitores de Portimão» e «desrespeito institucional» pela Assembleia Municipal. É desta forma que Afonso de Lousada, presidente da Comissão Política Concelhia de Portimão do CDS-PP, reage à suspensão do mandato de presidente da Câmara, feita por Isilda Gomes, para se candidatar na lista do PS para as Eleições Europeias.

Já Carlos Gouveia Martins, líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal portimonense, considera a suspensão como uma «manobra política calculada, não alinhada com os melhores interesses de Portimão».

Em comunicado, o CDS-PP portimonense afirma que a suspensão de mandato, para já provisória, da autarca socialista Isilda Gomes, é a «crónica de uma saída há muito anunciada», já que a presidente da Câmara Municipal, «que sempre garantiu e jurou que o seu compromisso era com os Portimonenses e a sua única ambição política era Portimão, afinal é candidata pelo PS ao Parlamento Europeu nas eleições de 9 de Junho!»

Os centristas acrescentam que esta candidatura é reveladora de que a «ambição pessoal e política prevalece e vale mais do que o mandato que lhe foi conferido nas urnas pelos portimonenses», salientando que Isilda Gomes «consegue o inimaginável: deixa a Câmara Municipal e os destinos do concelho em suspenso até ao dia da eleição, dependentes da sua ambição e conveniência pessoais e impõe um verdadeiro Processo de Suspensão do seu mandato em Curso, até ao dia das eleições europeias».

Para o CDS-PP, a autarca socialista prefere agora o «exílio dourado em Bruxelas», comprometendo «o futuro imediato de Portimão».

Por outro lado, acusam Isilda de «desrespeito institucional» pela Assembleia Municipal de Portimão, uma vez que «apenas pediu a suspensão do seu mandato após a entrada da lista do PS no Tribunal Constitucional», mas não teve «sequer a dignidade de marcar presença e dar uma explicação sobre a sua candidatura, à Assembleia Municipal de Portimão, que [se] reuniu (…), já depois da entrega da mesma lista».

No seu comunicado, o CDS-PP pergunta ainda se Isilda Gomes, caso não seja eleita a 9 de Junho, «irá regressar depois ao cargo de Presidente da Câmara Municipal de Portimão? Ou será que terá, finalmente, uma réstia de vergonha e decência e renunciará então ao seu mandato?».

Os centristas portimonenses terminam sublinhando que «são atitudes deste jaez que alimentam os populismos crescentes e dão força aos extremismos inimigos da Democracia!»

Tendo em conta que a Concelhia do PSD de Portimão se encontra demissionária e ainda sem eleições à vista, a posição dos social-democratas foi tomada por Carlos Gouveia Martins, atual líder da bancada laranja na AM, que considerou a saída de Isilda Gomes como um «ato de oportunismo».

Considerando que «Portimão não deve ser um trampolim político», Carlos Gouveia Martins afirma que «a suspensão do mandato anunciada nas vésperas de uma sempre importante eleição europeia sugere uma manobra política calculada, não alinhada com os melhores interesses de Portimão».

Critica ainda aquilo que classifica como «transferência apressada de responsabilidades» para o até agora vice-presidente da Câmara Álvaro Bila. «Este movimento precipitado pode ser interpretado como uma falta de respeito pelo planeamento estratégico e políticas públicas responsáveis, que são cruciais para a administração pública eficaz», frisa o social-democrata.

Acusando Isilda Gomes de «teatralidade perante os eleitores portimonenses», Carlos Martins diz que «a suspensão do mandato parece ser uma estratégia para posicionar um possível candidato às próximas eleições autárquicas de 2025, manipulando o cenário político sem um mandato claro conferido pelos eleitores portimonenses em urna».

Opinião bem diferente destes dois partidos da oposição tem, como seria de esperar, o Partido Socialista de Portimão.

Em comunicado enviado pelo secretariado da Concelhia, o PS portimonense «congratula-se com a candidatura de Isilda Gomes ao Parlamento Europeu e saúda Álvaro Bila pelas novas funções enquanto presidente da Câmara Municipal».

os socialistas defendem que tal candidatura representa «o reconhecimento claro de um longo percurso político, em particular pelo trabalho desenvolvido nestes últimos 10 anos enquanto presidente de Câmara, nos quais foi obreira do processo de saneamento financeiro da autarquia, conseguindo antecipar a saída do município do endividamento excessivo e do processo de assistência financeira, assim como relançar o investimento público e privado, essenciais para o desenvolvimento económico de Portimão».

«A candidatura de Isilda Gomes, em lugar elegível, o segundo melhor lugar ocupado por um algarvio em listas ao parlamento europeu, é também um claro sinal de valorização do Algarve e de Portimão na Europa e no projeto político do PS», consideram.

Por outro lado, em relação ao novo presidente da Câmara Álvaro Bila, os socialistas destacam o seu «vasto percurso ao serviço de Portimão, tanto na sua vida privada, como no movimento associativo e em particular enquanto presidente de Junta, e mais recentemente vice-presidente» da autarquia.

Para o PS, Bila é a pessoa mais bem preparada «para liderar os destinos de Portimão neste novo ciclo que agora se inicia, manifestando-lhe inteiro apoio e total solidariedade».

Tal como o Sul Informação noticiou em primeira mão, Isilda Gomes suspendeu na passada terça-feira, dia 30 de Abril, as suas funções como presidente da Câmara Municipal de Portimão, para poder integrar a lista do PS às Eleições Europeias, onde ocupa o 7º lugar, teoricamente elegível.

 

Leia mais um pouco!
 
Uma região forte precisa de uma imprensa forte e, nos dias que correm, a imprensa depende dos seus leitores. Disponibilizamos todos os conteúdos do Sul Infomação gratuitamente, porque acreditamos que não é com barreiras que se aproxima o público do jornalismo responsável e de qualidade. Por isso, o seu contributo é essencial.  
Contribua aqui!

 



Comentários

pub