Morreu Helena dos Santos Serra, a primeira provedora de uma Santa Casa em Portugal

Vivia em Albufeira

Helena dos Santos Serra, a primeira mulher a ocupar o cargo de provedora de uma Santa Casa da Misericórdia (SCM) em Portugal e provedora emérita da SCM de Albufeira, onde vivia, morreu esta sexta-feira, aos 93 anos.

O corpo estará em velório a partir das 11h00 de amanhã, dia 31 de Março, na Igreja de Santa Ana, em Albufeira, a partir das 11h00 e até às 23h00.

O funeral terá lugar na segunda-feira, 1 de Abril, às 10h00. Após as cerimónias fúnebres na Igreja de Santa Ana, o corpo sairá para o Cemitério Novo de Albufeira.

Helena Serra, era a viúva de Manuel Santos Serra, fundador do PS, médico, antigo presidente da Assembleia Municipal de Albufeira e patrono do Centro de Saúde de Albufeira. Foi mãe de sete filhos e tinha seis netos e duas bisnetas, segundo uma biografia publicada pela SCM de Albufeira na sua página de Facebook

Nasceu em Bela Vista, Angola, de onde veio aos seis anos, tendo feito a sua formação académica em Coimbra. Viveu com o marido, médico, em Albufeira durante mais de seis décadas.

Foi vereadora da Câmara Municipal de Albufeira. Foi fundadora e presidente do núcleo da Cruz Vermelha de Albufeira, a partir do qual deu todo o apoio à integração dos portugueses regressados das ex-colónias, que chegaram às centenas ao concelho.

Foi a primeira mulher a ser eleita provedora no século XX, «encarando como missão o trabalho que realizou durante mais de três décadas à frente da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira, sempre com o olhar dirigido para a assistência aos mais desfavorecidos da sociedade».

Durante o tempo que exerceu a sua atividade à frente dos destinos da Misericórdia de Albufeira, destacam-se as 22 valências que foram criadas, nomeadamente: lar de idosos, creche com horários alargados, apoio a toxicodependência, a deficientes leves e profundos, a doentes com Sida, na altura em que esta se tornou um flagelo, a doentes abandonados, a mulheres vítimas de violência doméstica com um lar de acolhimento criado para o efeito e onde permaneciam com filhos menores, os ‘Pirilampos’, nome dado por Miguel Torga, amigo pessoal, a uma casa para crianças abandonadas, com terreno envolvente, um pequeno parque de diversão e espaços para adolescentes, onde permaneciam e frequentavam as escolas públicas, serviço domiciliário e tantos outros problemas que passavam por um trabalho na procura de apoio económico junto das mais diversas entidades oficiais e donativos de particulares.

Conseguiu, assim, dirigir uma instituição com mais de 200 trabalhadores, entre eles técnicos qualificados para as funções a exercer, dando a Misericórdia de Albufeira trabalho a muitos desempregados nacionais e estrangeiros, que, por este motivo, eram também parte de um objetivo de integração de pessoas mais carenciadas.

Foi agraciada com a Ordem de Mérito pelo Presidente da República Jorge Sampaio, pelo primeiro-ministro António Guterres e pela Câmara Municipal de Albufeira com a medalha de Honra da Cidade, grau ouro. Foi reconhecida, em 2012, como Provedora Emérita da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira.

 

 



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