José Gusmão (BE) exige melhores condições de trabalho e remuneração para forças de segurança

A posição do Bloco é de defesa do direito à greve dos profissionais da polícia

Uma delegação do Bloco de Esquerda algarvio, constituída por José Gusmão, António Branco, Guadalupe Simões e Sandra da Costa, reuniu-se esta quarta-feira, em Faro, com a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP-PSP) para discutir a situação das forças de segurança e dos seus profissionais no Algarve.

Segundo o Bloco, os representantes da ASPP “deram conta da falta de condições de trabalho da PSP no distrito e do problema das carreiras, que continua por resolver”.

A PSP debate-se com uma redução dos efetivos e com o aumento da idade média dos agentes, que ronda atualmente os 45 anos. A desvalorização das carreiras e a degradação das condições de aposentação conjugam-se com o custo de vida na região para tornar mais difícil o recrutamento, salientam os bloquistas.

Para além dos problemas no número de efetivos, a PSP debate-se com a transferência de algumas competências do SEF que não foram acompanhadas de agentes que permitissem dar resposta.

À falta de meios humanos, somam-se condições de trabalho deploráveis, que vão das instalações em que trabalham os profissionais da PSP até aos veículos, coletes e outro material de trabalho.

“Particularmente caricato é o facto de a PSP de Faro não dispor de um reboque há cerca de dois anos. Muitos destes problemas refletem-se na capacidade das forças de segurança desempenharem adequadamente o seu trabalho.

“No Algarve, com custos elevados de habitação e mobilidade, será cada vez mais difícil atrair novos profissionais”, acrescenta o Bloco de Esquerda.

A respeito do contexto específico da atuação das forças de segurança na região algarvia, José Gusmão, cabveça-de-lista dos bloquistas pelo círculo de Faro, lembrou que “todos os Verões, o Algarve é visitado por centenas milhares de pessoas que acrescentam ao trabalho das forças de segurança e criam uma pressão a que tem sido dada uma resposta insuficiente e baseada na crescente restrição de direitos dos profissionais, ao nível das férias e folgas”

António Branco, mandatário do Bloco Algarve afirmou reconhecer, “nas reivindicações mais importantes da ASPP, traços comuns com as graves carências denunciadas noutros setores públicos, como a saúde, a educação ou o ensino superior, que mostram a necessidade e urgência de travar a degradação existente em funções tão importantes do Estado”.

As delegações do Bloco e ASPP discutiram ainda o enquadramento legal do direito à greve e da atividade sindical das forças de segurança. José Gusmão referiu que a posição do Bloco é de defesa do direito à greve dos profissionais da polícia.

O candidato bloquista pelo Algarve defendeu ainda que “os profissionais da PSP são trabalhadores e por isso devem ter acesso aos mesmos direitos dos restantes trabalhadores para lutarem pelos seus direitos, naturalmente com a definição de serviços mínimos adequados”.

 



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