Mariana Mortágua defendeu em Loulé nova política de habitação para o Algarve

Coordenadora do Bloco quer que a nova construção seja, efetivamente, destinada a quem vive e trabalha no Algarve

Mariana Mortágua defendeu que as casas que são construídas no Algarve «não são para quem vive e trabalha no Algarve» e defendeu uma política de habitação que garanta que isso não acontece, durante um comício que o Bloco de Esquerda (BE) promoveu ontem, sábado, em Boliqueime, no concelho de Loulé.

Nesta ação de campanha, enquanto a coordenadora do BE colocou a tónica no problema da habitação, José Gusmão, cabeça-de-lista deste partido pelo Algarve na Eleições Legislativas de 10 de Março, focou a sua intervenção na seca.

Para Mariana Mortágua, a crise da habitação está intimamente ligada ao peso do turismo na economia no Algarve, que se «traduz em muito emprego sazonal e em muito emprego mal pago».

Sobre a crise de habitação, considerou que «a oferta de habitação é sazonal e está desencontrada com atividade económica: quando há casa não há trabalho e quando há trabalho não há casa».

A coordenadora do Bloco rejeita a ideia de que o problema da habitação «se resolve construindo cada vez mais e em todo o lado»

«Visitem qualquer um dos concelhos do Algarve, e vão encontrar construção contínua, por todo o lado, mesmo em áreas protegidas ambientalmente, mesmo em zonas saturadas de construção, e os problemas de acesso à habitação e de custo da habitação não se resolveram», casas que, defendeu, «não são para quem vive e trabalha no Algarve».

«São precisas casas para viver, casas que os salários possam pagar. Há muitos setores económicos com potencial de investimento para apostarem o seu dinheiro e há muitos hotéis para acolher os turistas», acredita.

 

 

Outro tema que o BE focou, neste comício, foi o da  «catástrofe da água» na região, desta feita, pela voz de José Gusmão, que disse ser necessário «resolver o problema da água e da desigualdade», rejeitando os «cortes cegos para famílias e agricultores impostos pelo Governo e poder local».

Para José Gusmão, os cortes anunciados são uma medida «ineficaz e injusta», que irá «penalizar as famílias, e particularmente as famílias com menores rendimentos».

A par de medidas de emergência, o candidato bloquista defende que é necessário «pensar o que fazer no futuro», apostando num modelo económico compatível com a realidade ambiental do Algarve. Para tal, é preciso fazer «escolhas corajosas e que responsabilizem aqueles que definem o modelo económico no Algarve».

O candidato do Bloco pelo Algarve pediu ainda investimento estruturante do Governo na região e disse ser preciso «vencer este esquecimento crónico».

O comício contou ainda com a intervenção de António Branco, antigo reitor da UAlg e mandatário da candidatura do Algarve, que defendeu que o resultado do voto útil nas últimas eleições foi «uma maioria absoluta inesperada e indesejada».

«A concentração de votos num só partido em nome do medo provoca resultados indesejados e elimina a produtividade à esquerda para definição de políticas públicas», defendeu.

António Branco salientou ainda que «a geringonça ensinou-nos que só uma maioria das esquerdas tem condições de desenvolver políticas públicas que ataquem os problemas mais urgentes do país».

Outros temas na ordem do dia, na ação de campanha do BE em Loulé, foi a saúde e a educação, que foram abordadas por Guadalupe Simões, segunda candidata nas listas do Bloco como independente e dirigente do Sindicato dos Enfermeiros, e por João Afonso, professor e quinto candidato do Bloco por Faro.

 

 

 



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