Algarve «não é um destino turístico religioso», mas «tem potencial para isso»

«O único fenómeno que nós temos e ao qual podemos chamar de turismo religioso no Algarve é a Mãe Soberana», diz o diretor da Pastoral do Turismo

A festa da Mãe Soberana, em Loulé – Foto: Mariana Carriço | Sul Informação (arquivo)

O Algarve ainda «não é um destino turístico religioso», mas o Santuário da Mãe Soberana, em Loulé, por exemplo, e toda a cultura religiosa da região faz com que haja «potencial para isso».

«O que caracteriza a questão do turismo religioso é o facto de haver pessoas que vão a determinado sítio, santuário, ou fazer determinado percurso para se encontrarem com o objetivo de rezar, de terem uma experiência religiosa não apenas em determinada altura do ano», explicou ao Sul Informação o padre Miguel Neto, diretor da Pastoral Nacional do Turismo, acrescentando que isso, no Algarve, ainda não acontece.

Numa altura em que o padre algarvio ruma a Fátima para participar nos XI Workshops Internacionais de Turismo Religioso, que se realizam esta quinta e sexta-feira, dias 22 e 23 de Fevereiro, e que juntam pessoas de todo o mundo, Miguel Neto faz um balanço de como está a região do Algarve em relação a esta temática.

«O único fenómeno que nós temos e ao qual podemos chamar turismo religioso, no Algarve, é a Mãe Soberana», diz o sacerdote, frisando, contudo, que «não há quase ninguém que venha ao Algarve fora daquele fim de semana para visitar o santuário, como vão, por exemplo, a Fátima».

 

Miguel Neto, diretor da Pastoral do Turismo – Foto: Mariana Carriço | Sul Informação (arquivo)

 

De acordo com o pároco, esta festa, que se realiza todos os anos dois fins de semana depois da Páscoa, é a única que traz pessoas de fora da região para esse evento em concreto, «pessoas que contribuem para a economia, porque ficam nos hotéis, consomem nos restaurantes e não são apenas um turismo de passagem».

Miguel Neto afirma, contudo, que há na região alguns fenómenos de turismo espiritual e cultural, «que implicam contacto com a natureza e ainda a visita às igrejas como património».

São, sobretudo, pessoas já reformadas, estrangeiras, que aproveitam o bom tempo do Algarve, mas também a gastronomia, a cultura, os monumentos, «o facto de tudo potenciar um descanso ativo, mas que não vêm propositadamente para uma festa religiosa».

Além disso, de acordo com o diretor da Pastoral do Turismo, a diocese do Algarve tem acompanhado de perto o aumento da procura da região para casamentos civis e católicos em línguas estrangeiras.

Apesar de não se poder considerar o Algarve um destino de turismo religioso, o pároco sente que a região tem potencial para isso, com festas como a da Mãe Soberana, as Tochas Floridas, em São Brás de Alportel, e as Semanas Santas em Tavira, Faro ou Portimão.

«A Câmara de Tavira, por exemplo, tem feito um grande trabalho com a paróquia para promover cada vez mais essa Semana Santa, e acho que as autarquias estão cada vez mais atentas a isso, a esse trabalho local», remata.

 

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