Transportes: «Algarve padeceu durante demasiado tempo de indecisão»

Na opinião de Ana Paula Vitorino, é necessário entrar «num sistema mais abrangente de mobilidade, com transportes a pedido e flexíveis»

Ana Paula Vitorino, presidente do Conselho de Administração da Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT), considera que o Algarve «padeceu, durante demasiado tempo, de alguma indecisão em relação aos investimentos e ao futuro da ferrovia», defendendo que a região tem de pensar «qual é o sistema mais aberto que pode ter». 

Em declarações ao Sul Informação à margem de uma conferência sobre transportes, Ana Paula Vitorino traçou um panorama sobre a mobilidade no Algarve, criticando esse atraso de décadas.

Para a responsável, a solução passa por «pensar num sistema de transporte alternativo que utilize o comboio», mas «com melhorias».

«É inconcebível que ainda esteja assim, e não é só a eletrificação [que resolverá]. As estações têm também, por exemplo, de poder acolher carros», defendeu a presidente da AMT.

Na opinião de Ana Paula Vitorino, é necessário entrar «num sistema mais abrangente de mobilidade, com transportes a pedido e flexíveis porque não há procura suficiente que justifique carreiras tradicionais de autocarros».

De resto, na mesma conferência, António Pina, presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, também defendeu a mesma solução.

Para o responsável, uma das soluções é passar a ter «novas formas», como «o serviço de transporte a pedido, que é mais flexível».

 

 

 

«É preciso que as populações e os autarcas reconheçam que essa adaptação não é uma perda de serviço, mas um aumento da qualidade e da sustentabilidade ambiental e financeira», vincou.

É que, reconheceu António Pina, a mobilidade no Algarve «não é de excelência, nem nunca será».

«No Algarve, somos 400 mil pessoas polvilhadas pelo território. Temos uma grande dispersão e é evidente que servir localidades de 10, 20, 30, 40 pessoas é impossível, mas esse mindset tem de mudar», disse.

Para Ana Paula Vitorino, urge haver uma «integração tarifária que englobe a ferrovia, autocarros, táxis a pedido e sistemas flexíveis» para que as pessoas «não sejam prejudicadas».

«No Algarve, temos de pensar qual é o sistema mais aberto que temos de ter e deixarmo-nos de sonhos de onde é que se vai prolongar esta ou outra linha, apesar de eventualmente poder ser necessário», acrescentou.

Como exemplo, a presidente da AMT falou da eventual ligação ao Aeroporto que pode ou não ser ferroviária. Certo é que, concluiu, «faz falta e importante não só para turismo, como para os residentes».

 

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