Portimão entrega às autoridades caso do peixe com larvas em cantina escolar

Autoridades de saúde não detetaram, para já, corpos estranhos noutras postas de peixe frito servidas no mesmo dia

A Câmara de Portimão garante que as autoridades competentes já estão a analisar amostras do peixe servido na cantina da Escola Básica e Secundária da Bemposta, após as imagens «amplamente divulgadas nas redes sociais, supostamente alusivas a uma refeição servida no refeitório» desta escola, onde parece haver larvas numa posta de peixe frito.

Segundo o município portimonense, que veio a público devido ao «alarme social gerado», a ocorrência em causa «só foi do conhecimento da escola e da autarquia muitas horas depois da mesma ter supostamente acontecido, apanhando de surpresa a direção do estabelecimento escolar e os próprios funcionários do refeitório, que apenas souberam do caso na noite desse mesmo dia, e através das redes sociais».

Garantiu igualmente que a Escola Básica e Secundária da Bemposta cumpre todas as regras de higiene e segurança alimentar.

«Segundo informação da escola, assim que foi tomado conhecimento do ocorrido, foram ativados todos os procedimentos definidos e associados a situações do género. Informa-se igualmente que a Autoridade de Saúde, que prontamente se deslocou ao local, recolheu as amostras do peixe ultracongelado e do peixe que foi confecionado e servido no dia da ocorrência relatada», revelou a Câmara.

Esta posição da Câmara contraria a alegação dos vereadores do PSD na Câmara de Portimão, que falam numa «abordagem questionável» do executivo camarário a esta situação, «especialmente considerando a dimensão de potencial problema de saúde pública, uma vez que a Delegada de Saúde esteve presente no local, embora não tenha conseguido ter acesso ao peixe alegadamente contaminado».

A Câmara de Portimão assegura, não só, que o peixe foi recolhido, como aponta que «a  Delegação de Saúde informou que numa primeira averiguação, não foram detetados quaisquer indícios de presença de corpos estranhos, em concreto os que constam nas fotografias. No entanto, a amostra recolhida encontra-se a ser analisada no Laboratório Regional de Saúde Pública Laura Ayres».

«As autoridades de saúde tiveram acesso a todas as amostras da alimentação confecionada nesse dia, segundo as regras definidas no HACCP, e a situação já se encontra comunicada à ASAE», reforçou a autarquia.

O executivo municipal faz questão de salientar que enviou as imagens à Direção Geral de Veterinária, que, após as analisar, disse que «(…) qualquer parasita existente no peixe não criava qualquer perigo para a saúde pública, uma vez que se tratava de um produto congelado e que o mesmo foi sujeito às temperaturas altas da fritura».

A situação está «a ser monitorizada na Pediatria do Hospital de Portimão, não existindo registos de problemas de intoxicação alimentar associados a este acontecimento», acrescentou a autarquia.

Na nota que enviou às redações, os eleitos pelo PSD na Câmara de Portimão lançam fortes críticas ao executivo municipal, pela forma como está a conduzir o processo.

Para o PSD Portimão, «uma abordagem responsável e diligente exigiria a imediata instauração de um inquérito interno para investigar os procedimentos no processamento dos alimentos na cantina, incluindo a avaliação do estado dos equipamentos de congelação e refrigeração, bem como a conformidade das condições de higiene da cozinha com as normas legais vigentes».

«Contrariamente, o executivo parece mais interessado em minimizar a problemática e colocar em dúvida a veracidade dos factos apresentados, negligenciando as questões relacionadas com a saúde pública, que devem ser a principal preocupação da comunidade», acusam.

Os social-democratas dizem ainda que irão solicitar à Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) «a abertura de um inquérito para esclarecer os acontecimentos de forma transparente, responsável e comprometida com a saúde pública e o bem-estar da comunidade escolar».

A Câmara Municipal de Portimão, por seu lado, apela «à serenidade, sentido crítico e responsabilidade política da e para a comunidade local, apelando à confirmação dos factos antes da partilha das informações que, muitas vezes de forma incorreta, circulam nas redes sociais».

 

 



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