A rede de rega que assegura a recuperação e a sobrevivência das espécies arbóreas que resistiram ao incêndio de 2021, bem como daquelas que foram plantadas nas ações do Projeto de Reflorestação da Área Degradada da Eira-da-Zorra – PRADE, da Cooperativa Agrícola GuadiMonte, já está a ser construída.
Embora se trate de espécies autóctones, resilientes e tolerantes a ambientes secos, como é o caso da alfarrobeira, do medronheiro, do sobreiro e da azinheira, há outro flagelo que condiciona a revitalização destes 34 hectares da serra de Odeleite, a seca.
“Com o impacto das alterações climáticas, com aumentos da temperatura, redução dos períodos de chuva, os solos não garantem a sobrevivência destas espécies, tradicionalmente de sequeiro”, sublinha a vice-presidente do Município de Castro Marim.
Filomena Sintra salienta que “é necessária uma visão e ação mais hipostila, exigindo das entidades licenciadoras e financiadoras ajustamentos nas suas políticas”.
Para suportar a rede de rega, foi autorizada uma captação subterrânea para a área em questão, com parecer favorável da Agência Portuguesa do Ambiente e do Município.
A construção desta rede de rega representa investimento de cerca de 150.000 euros, sendo uma das várias intervenções previstas pelo PRADE para cumprir o seu maior desígnio, que é o combate à desertificação.
O PRADE representa um investimento total de 896.036,13 euros (investimento elegível de 810.941,41 euros) sendo financiado pelo Programa COMPETE 2020, no âmbito do Aviso 13/REACT/2021, apoiado por Portugal e União Europeia, cofinanciado a 100% pelo FEDER.
Sendo um projeto assente em várias parcerias, o PRADE representa um conjunto de abordagens multidisciplinares, que passam também pela beneficiação da rede de caminhos rurais, pelo Município de Castro Marim, ou pela realização de ensaios, monotorização de espécies e testes de germinação/sobrevivência, pela Universidade do Algarve.
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