Inframoura cria rede com 10 km para distribuir águas residuais tratadas

Para levar a água que será tratada pela ETAR de Vilamoura até onde esta será utilizada

A Inframoura vai investir cerca de 2 milhões de euros na criação de uma rede separativa de distribuição de água residual tratada, destinada à «rega de espaços verdes públicos, lavagem de viaturas, limpeza urbana e desobstrução de coletores».

Com este investimento será criada «uma rede de distribuição com 10 quilómetros, com reservatório e uma estação hidropressora», revelou Soraia de Almeida, diretora do Departamento de Água e Saneamento da empresa municipal, à margem da apresentação das obras de Elevação e Adução de Água para Reutilização (ApR) das ETAR de Vilamoura e Quinta do Lago, que teve lugar na terça-feira.

Este sistema de condutas será instalado «com uma perspetiva de futuro e capacidade para aumentar o volume de água tratada distribuída».

A ideia é que, «no futuro, 37% da água que usamos na rega de espaços verdes seja de Águas para Reutilização (ApR)», avançou a representante da Inframoura na sessão de dia 5.

A obra, adiantou ao Sul Informação Vítor Aleixo, presidente da Câmara de Loulé, irá custar «cerca de 2 milhões de euros» e será alvo de uma candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência.

Este investimento decorre do que será feito na ETAR de Vilamoura, no valor de 12 milhões de euros, para que esta passe a fornecer ApR, a que se juntarão outros 2,7 milhões, para aumentar a capacidade de fornecimento de águas residuais tratadas da ETAR da Quinta do Lago.

Estas duas obras serão pagas na íntegra pelo PRR e vão permitir reutilizar mais 3,4 hectómetros cúbicos (hm3) de águas residuais tratadas em ETAR, no Algarve.

Este volume, só por si, permitirá cumprir metade do objetivo traçado no Plano de Recuperação e Resiliência, que é o de aumentar o uso de ApR dos atuais cerca de 2 hm3 para 8 hm3, bem como mais que duplicar a reutilização de águas residuais tratadas na região.

 

Soraia de Almeida – Foto: Hugo Rodrigues | Sul Informação

 

No entanto, lembra Soraia de Almeida, este será um projeto em alta, ou seja, que leva água residual tratada a um número limitado de pontos de acesso – nove, neste caso.

Desta forma, para que se possa levar a água até onde ela vai ser utilizada, «tem de existir um projeto em baixa», que é a nova rede de 10 quilómetros que Soraia Almeida apresentou.

Atualmente, e tendo em conta a situação de seca e a crónica escassez de água que afeta a região, «encontrar e procurar origens de abastecimento alternativas à água potável para rega de espaços verdes públicos é uma necessidade» e não uma opção.

«Para terem uma ideia, da água que entra no sistema de abastecimento público, 9% é destinada à rega de espaços verdes públicos. Estamos a falar de cerca de 140 mil metros cúbicos por ano. A estratégia da Inframoura passa por reduzir a água proveniente desta origem [Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água do Algarve, gerido pela Águas do Algarve]», ilustrou.

Além da água residual tratada, a Inframoura também já tem «uma origem que é um aproveitamento de nível freático», que passa pela bombagem de água de caves para um coletor pluvial público, que é direcionada para um reservatório e para um sistema de distribuição próprio.

Soraia de Almeida salientou ainda a Estratégia Integrada de Eficiência Hídrica que a Inframoura está a aplicar, que permitiu «uma redução de 59% das perdas entre os anos de 2018 e 2022».

Mais recentemente, e já no âmbito das medidas tomadas pelos municípios algarvios para reduzir o consumo, a Inframoura baixou a pressão da água, o que está a permitir «uma poupança de 50 metros cúbicos por dia», no consumo urbano, anunciou Vítor Aleixo.

 

 

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