Estudantes bolseiros deslocados podem receber apoio de alojamento de 5000 euros anuais

Ministra disse que maioria dos primeiros projetos (60%) para novas camas que foram contratualizados há exatamente um ano – em Setembro de 2022 – «estão já em construção ou prestes a arrancar»

Os bolseiros que estão a estudar longe de casa terão um reforço do complemento ao alojamento que poderá chegar aos 38%, anunciou o Governo, explicando que o apoio poderá ultrapassar os cinco mil euros anuais.

A ministra do Ensino Superior e da Ciência Elvira Fortunato anunciou hoje no Parlamento que o Governo decidiu aumentar, já este ano letivo, os apoios ao complemento de alojamento dos estudantes bolseiros deslocados.

«O Governo avaliou e aprovou um reforço significativo do complemento de alojamento para estudantes bolseiros deslocados do ensino superior de modo a garantir que os complementos pagos estão de acordo com o preço médio do alojamento privado praticado nas diferentes cidades no país», revelou a ministra, dando como exemplos os casos dos concelhos de Lisboa, Cascais e Oeiras que passam agora a ser de 456,41 euros mensais ou no Porto que sobe para 432,39 euros.

As medidas agora aprovadas «aumentam até 38% os apoios aos estudantes», podendo representar para alguns estudantes um aumento de «mais 5.020 euros anuais», revelou a ministra, durante o debate sobre o inicio do ano letivo que está a decorrer no parlamento a pedido do PCP.

«O ano letivo em curso está a iniciar de acordo com o previsto e atrevemo-nos mesmo a dizer que está a correr muito bem face a todas as melhorias introduzidas no Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior assim como na Ação Social, mas sabemos que ainda há muito a fazer», admitiu a governante, apontando a habitação como um dos «aspetos mais preocupantes».

A ministra acrescentou ainda que a maioria dos primeiros projetos (60%) para novas camas que foram contratualizados há exatamente um ano – em Setembro de 2022 – «estão já em construção ou prestes a arrancar».

No entanto, este não foi o cenário traçado poucos minutos antes pelo deputado do PCP Alfredo Maia, que criticou a «gritante carência de 104 mil camas em residências» e de um Plano Nacional para o Alojamento do Ensino Superior (PNAES) «que não sai do papel».

Para os comunistas, «impõe-se a ampliação urgente da rede pública das residências», assim como um «aumento do apoio ao alojamento entre outras medidas».

Alfredo Maia alertou também para o facto de os preços estarem a subir nas cantinas e para a precariedade de quem trabalha no ensino superior, «que atinge 53% dos total dos docentes» e «75% dos investigadores ou mesmo 80% quando se considera os bolseiros de projetos de unidades de investigação».

 



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