A greve de médicos, que decorreu esta quarta e quinta-feira, 30 e 31 de Agosto, no Algarve, Alentejo e Açores, teve uma adesão média «superior a 80%», revela o Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Segundo o SIM, houve «largas dezenas de milhar de consultas e centenas de cirurgias não efetuadas».
O Sindicato destaca, ainda assim, o «elevado sentido deontológico e comportamento irrepreensível demonstrado no cumprimento dos serviços mínimos».
Neste comunicado, o SIM realça como a situação, no Algarve e Alentejo, é «preocupante», faltando «mais de 300 especialistas em Medicina Geral e Familiar para cumprir o objetivo de assegurar médico de família para todos».
«A carência de médicos especialistas hospitalares torna cada vez mais frequente o recurso a contratos de prestação de serviço para assegurar os cuidados hospitalares em especialidades, tão diversas, como a Medicina Interna, Ortopedia, Cirurgia, Pediatria, Cardiologia, Imagiologia e Gastrenterologia», diz também o Sindicato.
«Não é possível exigir mais, sendo às dezenas de milhar as horas extra que estes médicos se sacrificam a fazer para os serviços não colapsarem. As escalas dos serviços de urgência são asseguradas em mais de 70% por prestadores, sendo incompreensível como o estado despende mais de 760 milhões de euros nessas prestações de serviços», acrescenta.
O SIM lamenta, por fim, que «seja pela comunicação social que se fique a saber que será apresentada na reunião negocial, de 11 de Setembro, a proposta final do Governo relativamente as matérias que têm estado em discussão: o da revisão do edifício legislativo das USF e o da Dedicação Plena».
«De fora ficaram os restantes pontos acordados no protocolo negocial firmado com o Ministério da Saúde há 15 meses, e nomeadamente o da revisão da grelha salarial, o das normas de organização e disciplina do trabalho médico e o das equipas de urgência. Pontos estes que foram alvo de propostas formais, atempadas e estruturadas presentes pelo SIM», conclui.
Comentários