Albufeira e Portimão juntam-se às críticas ao «mau serviço» da Algar

Ambos os Municípios estão a tentar a encontrar soluções internas

As queixas não são novas, mas ganharam, nos últimos dias, mais duas vozes. As Câmaras de Portimão e Albufeira criticaram a atuação da Algar por falta de recolha eficiente dos ecopontos, deixando-os a «transbordar». O descontentamento da população é «generalizado» e tem obrigado as autarquias a tentar colmatar o trabalho que seria responsabilidade da Algar. 

Ambos os comunicados não poupam nas críticas, à semelhança do que já fizeram a Câmara de Silves e a EMARP (Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão).

Se, por um lado, a Câmara de Portimão fala em recicláveis acumulados «na rua», projetando uma «imagem de desmazelo e falta de limpeza», a de Albufeira acusa a Algar de provocar, com estas falhas, «problemas de insalubridade».

«A situação, que já acontece também noutras épocas do ano, é, durante o Verão, agravada pelas altas temperaturas que se fazem sentir», diz a autarquia albufeirense.

«Esta situação é péssima para a imagem de Albufeira, uma vez que a Algar é constituída em 56% pela Empresa Geral de Fomento (EGF), do Grupo Mota Engil, e em 44% pelos municípios do Algarve. Os municípios estão, portanto, em minoria, não exercendo qualquer poder de influência no que diz respeito à parte operacional da empresa», sublinha José Carlos Rolo, presidente da Câmara de Albufeira.

O edil diz que a autarquia «repudia veementemente esta situação que penaliza o Município e o próprio cidadão», que sente que os impostos que paga na fatura da água, não correspondem ao serviço prestado, gerando revolta e mau estar.

Segundo a Câmara de Albufeira, a indignação é mostrada «diariamente através de criticas publicadas nas redes sociais ou/e de reclamações formais junto dos serviços».

Em Portimão, a situação é igual.

«O descontentamento da população é generalizado e as suas críticas absolutamente justas», diz a autarquia que relembra que é um «município de referência na área da limpeza urbana, e em particular com uma das maiores taxas de reciclagem do país».

 

 

«Como infelizmente se tem constatado, essa recolha seletiva pura e simplesmente não tem funcionado em Portimão, sendo motivo de inúmeras reclamações por parte de residentes e turistas e constituindo uma enorme preocupação para o Município, que se vê, diariamente, confrontado com ilhas ecológicas a transbordar de garrafas, plásticos, vidro e papel que ficam espalhados pela via pública, nas áreas circundantes aos referidos equipamentos», acrescenta.

Apesar de promessas de que o serviço seria melhorado, a recolha «não se alterou para melhor, registando-se, pelo contrário, uma degradação do serviço prestado, em algumas áreas», acusa o Município, liderado por Isilda Gomes.

De resto, tanto Portimão como Albufeira já se queixaram junto da ERSAR – Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos, IP, requerendo um ajustamento urgente do serviço.

Ambos os Municípios estão a tentar a encontrar soluções internas.

Em Portimão, a EMARP, responsável pela recolha de Resíduos Urbanos Indiferenciados e Orgânicos, foi mandatada «para que reforce, ainda mais, as recolhas diárias dos resíduos recicláveis que se encontram depositados na envolvente dos ecopontos, bem como para que proceda à limpeza e lavagem dos locais onde se encontram instalados os referidos equipamentos, por forma a garantir as necessárias condições de salubridade».

Foi igualmente solicitado a esta empresa municipal que inicie negociações com a Algar para que esta contrate a EMARP para apoio operacional para a atividade da recolha seletiva de embalagens recicláveis (papel/cartão, plástico/metal e vidro).

A autarquia pretende, assim, que a EMARP possa também ser responsável, a curto prazo, pela operação de recolha dos resíduos seletivos produzidos/depositados nos ecopontos e/ou envolventes existentes na sua área de intervenção.

Em Albufeira, o Município de Albufeira pediu à Luságua – empresa responsável pela recolha dos resíduos urbanos – para que desenvolva «esforços diários para minimizar a situação, limpando e recolhendo o lixo à volta dos ecopontos e das ilhas».

José Carlos Rolo reforça que «o que está a acontecer é inaceitável num concelho que nesta altura do ano recebe milhares de turistas, o que, naturalmente, resulta num enorme aumento da quantidade de resíduos produzidos, obrigando a uma maior atenção por parte da ALGAR na organização de circuitos e na frequência da recolha, para evitar situações como esta que em nada dignifica a imagem de Albufeira e provoca repúdio e mau estar junto da população, bem como de quem nos visita».

A Algar, através de contrato firmado com o Estado, tem a concessão dos ecopontos e da gestão dos aterros sanitários da região algarvia até 2034.

 



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