Água turva em Salir é «uma consequência absolutamente esperada da seca»

Presidente da Câmara de Loulé garante que «para já, não temos a indicação de que a água seja imprópria para consumo»

Foto: Fabiana Saboia | Sul Informação

A água turva que sai, há semanas, das torneiras em Salir, no interior do concelho de Loulé, é «uma consequência absolutamente esperada da seca», explicou ao Sul Informação Vítor Aleixo, presidente da Câmara. 

«O que se está a passar em Salir é o que se passa em todo o país, muito particularmente no Sul, onde as reservas de água estão a diminuir de uma forma e a um ritmo muito preocupante. A água que é extraída dos furos em Salir é extraída em quantidade maior do que a capacidade própria que o furo tem de se regenerar e de repor a própria água e é por isso que ela aparece turva nas canalizações», esclareceu o autarca.

Depois de receber a queixa de uma moradora de Salir sobre esta questão – que até já motivou uma petição – o Sul Informação foi à procura de respostas.

O presidente da Câmara de Loulé garantiu que a autarquia está, «de uma forma muito proativa, a monitorizar» a situação.

«Tomámos algumas medidas no sentido de causar o menor incómodo e impacto possível na vida das pessoas, mas temos aqui uma circunstância limitadora que é o facto de as disponibilidades hídricas, a olhos vistos, estarem a diminuir à nossa volta. Esta é uma consequência absolutamente esperada da seca e contra isso o que podemos fazer é ativar o nosso plano de contingência para os períodos de seca, o que já fizemos», continuou o autarca.

 

Vítor Aleixo – Foto: Mariana Carriço | Sul Informação

 

Neste momento, a autarquia tem em desenvolvimento uma campanha junto das pessoas que vivem no concelho «para que adotem um comportamento mais responsável, mais consciente, no sentido de gastarem a menor quantidade de água possível a partir do momento em que abrem a torneira para poderem fazer a sua vida», disse Vítor Aleixo.

Apesar de a população se queixar de «um problema de saúde pública», o autarca louletano esclarece que «para já, é apenas uma água turva que aparece na rede, mas, de momento, não temos a indicação de que a água seja imprópria para consumo».

Em declarações ao Sul Informação, uma das moradoras de Salir que se queixa da situação diz que «há consciência da situação e é do conhecimento da Câmara, há vários anos, que o nível da água do furo estaria comprometido se não chovesse durante alguns anos e a autarquia nada fez. Aliás, aguardamos a renovação da rede de abastecimento que apresenta graves deficiências e roturas constantes com desperdício de milhares de litros de água anualmente».

Quanto à futura resolução do problema, Vítor Aleixo disse que «para já, tudo aquilo que é possível fazer nós estamos a fazer, mas este não é um problema que se possa resolver com uma medida que se toma hoje e amanhã está resolvido. Há uma estratégia e um plano que não data de agora, que tem vindo a ser pensado nos últimos anos na Câmara Municipal de Loulé, que é das Câmaras que está mais desperta para o impacto negativo das alterações climáticas».

«Temos de nos adaptar e mudar comportamentos, mas, aquilo que é possível fazer, nós estamos a fazer», rematou o autarca.

 

Fotos da água turva enviadas por moradores de Salir:

 

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