O Zoomarine vai reduzir o seu consumo anual de água de furo e de rede «entre 80% a 90%», com a entrada em funcionamento do seu Sistema de Reciclagem e Reutilização de Águas Residuais, que foi inaugurado no sábado, dia 15 de Julho, numa cerimónia presidida por Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente.
Este investimento, que «ronda os 130 mil euros» e foi realizado «em estreita colaboração com a Águas do Algarve» e com o aconselhamento do LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil, permitirá «poupar cerca de 80% a 90% da nossa água de furos e em baixa, que vem da Câmara Municipal», enquadrou Élio Vicente, diretor de conservação e de relações institucionais do Zoomarine.
«Vamos, naturalmente, ter de continuar a usar água de rede, para as nossas cozinhas e casas de banhos. O que ganhamos é outra liberdade no reforço dos nossos jardins e no Jardim Botânico, porque agora temos um acesso a uma água que seria descartada, eliminada, e à qual vamos dar uma segunda vida», enquadrou o biólogo marinho, à margem da cerimónia de inauguração do novo sistema.
Desta forma, mesmo sem deixar de poupar água dos aquíferos e do sistema multimunicipal de abastecimento de água, o Zoomarine vai poder apostar «em mais áreas verdes e em mais produção ao nível das nossas estufas, para consumo interno, mas também para alocar ao projeto Montanha Verde, pois vamos passar a produzir aqui as plantas que vamos distribuir pelos municípios».
De modo a permitir ao Zoomarine aproveitar a água que é tratada na Estação de Tratamento de Águas Residuais de Albufeira Poente, «foi criada uma conduta que vai desde a parte Sul do Zoomarine até à ETAR, que fica mais ou menos a 710 metros de distância do parque. Também fizemos uma ligação a uma caixa de saída onde as Águas do Algarve descartam as águas que já foram tratadas e que entram na ribeira de Espiche».
«Depois construímos, aqui no Zoomarine, a estação de captação, onde a água é enviada para Norte. Temos uma estação de tratamento biológico e desinfeção através de ultra-violetas. Depois é feita a adaptação, para que a água entre no sistema de rega, que é subterrânea e gota a gota, que é a forma mais eficaz de o fazer», enquadrou Élio Vicente.
Através desta nova solução, «prevê-se uma poupança anual de muitas centenas de milhares de litros de água na rega de jardins, viveiros e afins».
Já o ministro Duarte Cordeiro considerou o investimento do Zoomarine «um exemplo daquilo que é a adaptação de uma infraestrutura importante do ponto de vista turístico, aqui no concelho de Albufeira, àquilo que são as necessidades do país em termos de resposta às alterações climáticas, em particular num contexto de seca».
«O Zoomarine tem feito um esforço nesse sentido. Já tinha uma captação de água do mar, que ajuda às necessidades [de água para abastecer as piscinas], que obviamente são muito significativas, tendo em conta aquilo que é a sua oferta turística», acrescentou o membro do Governo.
O ministro referia-se à conduta com 4,7 quilómetros instalada pelo Zoomarine em 2014, «que permite a captação (e posterior devolução) de água do mar».
«Se o Zoomarine, que tem necessidades de água muito significativas, consegue adaptar-se para aproveitar a água reciclada para espaços verdes e a água do mar para as outras necessidades, é um bom exemplo de como é que nós, no futuro, conseguiremos compatibilizar atividades económicas turísticas com as necessidades do território, num contexto em que a seca nos está a afetar, em particular à região do Algarve», reforçou Duarte Cordeiro.
Com o novo sistema, «a poupança de água passa a ser feita não só ao nível da água salgada (para os habitats zoológicos, centro de reabilitação, piscinas públicas e escorregas), mas também ao nível da água doce (regas de jardins e similares). Em breve, o reforço do aproveitamento das águas da chuva permitirá ao Zoomarine uma pegada ambiental ainda menor», segundo o parque.
O ministro do Ambiente congratulou-se ainda com o «sinal positivo de redução dos consumos, face ao ano passado», verificado em Junho, já após o lançamento de uma campanha pública de sensibilização para a poupança de água.
«Esperemos que isso signifique que há maior moderação e que se está a consumir águas de forma mais consciente, na região algarvia», desejou.
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