Algarve consumiu menos água em Junho, em relação a 2022, diz ministro

Ministro Duarte Cordeiro esteve este sábado no Zoomarine, em Albufeira

O Ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, revelou ontem, sábado, em Albufeira, que houve uma redução do consumo de água, no Algarve, no mês de Junho, em relação a 2022, algo que associa à campanha em curso de “sensibilização à redução dos consumos de água”, que acredita que já estará a dar frutos na região algarvia.

De acordo com informações dadas pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente), à margem da inauguração do Sistema de Reciclagem e Reutilização de Águas Residuais, associado à ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Albufeira, no parque de diversões Zoomarine, no Algarve “há uma tendência de redução dos consumos em Maio e Junho” em comparação com o ano passado.

A poupança a nível regional, em Junho de 2023, em relação ao mesmo mês de 2022, foi de «200 mil metros cúbicos».

Apesar disso, avisaram os responsáveis pela APA a nível nacional e regional, a tendência ainda está por consolidar e, no acumulado de 2023, em relação ao ano passado, o consumo está «ligeiramente acima» este ano, algo que se pode justificar pelo facto de «Abril ter sido muito quente».

Na mesma ocasião, Duarte Cordeiro falou do objetivo do Governo de multiplicar por quatro, até 2026, o reaproveitamento de águas residuais, no Algarve, nomeadamente para abastecer os campos de golfe.

“Este é um exemplo de um objetivo que tem o Algarve de multiplicar por quatro a capacidade de utilização de água reciclada para os seus usos”, disse Duarte Cordeiro.

Este objetivo, como o Sul Informação já tinha dado conta, inclui a utilização de águas residuais tratadas para aumentar as disponibilidades hídricas do perímetro de rega da Barragem da Bravura.

De acordo com números citados pelo ministro, a região mais a sul de Portugal Continental consome cerca de 2,1 hectómetros cúbicos de águas residuais e pretende-se que em 2026 esse número passa para mais de 8,0 hectómetros cúbicos.

“Isso implica adaptar e fazer obras num conjunto de ETAR, que estão a ser feitas, pelas Águas do Algarve e, portanto, aqui, mais do que o impacto que possa ter, permitirá, por exemplo, se tudo correr bem, que todos os campos de golfe se adaptem, ou pelo menos todos aqueles que têm capacidade de resposta de águas recicladas”, afirmou Duarte Cordeiro.

O responsável governamental referiu que “recentemente” foram assinados com mais dois campos de golfe algarvios compromissos “para ter respostas de águas recicladas”.

Por outro lado, o ministro do Ambiente desvalorizou o aumento no preço associado à utilização de águas residuais: “Devo dizer que a água, neste momento em Portugal, não é significativa para a competitividade de nenhum negócio”, argumentou.

De qualquer forma, segundo o ministro, “a variação dos custos [da água] não vai ser significativa, pelo menos para negócios que se pretendem saudáveis”.

“Se são negócios pouco saudáveis que dependem realmente do custo da água para sobreviver, esses negócios […] vão ter dificuldade de sobrevivência…”, acrescentou.

Quanto ao novo Sistema de Reciclagem e Reutilização de Águas Residuais do Zoomarine, associado à ETAR de Albufeira Poente, representou um investimento superior a 130.000 euros, o que inclui uma estação de tratamento terciário (biológico).

A empresa prevê uma poupança anual de “muitas centenas de milhares de litros de água na rega de jardins, viveiros e afins”.

O parque de diversões algarvio em 2014 já tinha investido na construção de uma conduta com 4,7 quilómetros que permite a captação (e posterior devolução) de água do mar.

“Com o novo sistema, a poupança de água passa a ser feita não só ao nível da água salgada (para os habitats zoológicos, centro de reabilitação, piscinas públicas e escorregas), mas também ao nível da água doce (regas de jardins e similares)”, realça o Zoomarine.

 

 

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