IC1, EN125 e EN18 entre as estradas mais mortíferas do país

Começa hoje Campanha de Segurança Rodoviária “Dê prioridade à vida”, promovida pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária

Acidente na EN125 (foto de arquivo)

O IC1, nos distritos de Beja e Setúbal, com seis locais com maior concentração de acidentes mortais, onde morreram 20 pessoas desde 2018, a EN125, no Algarve, onde 17 pessoas morreram, e a EN18, que atravessa os distritos de Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja, com 16 vítimas, são algumas das estradas mais mortíferas do país.

Os dados são da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que lançou hoje uma campanha em que identifica 175 locais com maior concentração de acidentes mortais, totalizando cerca de 470 desde 2018, e apela a cuidados redobrados na condução nestas estradas.

A Campanha de Segurança Rodoviária “Dê prioridade à vida” decorre durante o mês de Agosto, “período em que as deslocações são mais frequentes e longas”, e visa “apelar a todos os que circulam nas estradas e nas ruas que o façam em segurança, convocando-os a dar prioridade à vida e a proteger não só a sua vida, mas também a da sua família e a dos outros”, adianta a ANSR em comunicado.

O critério para assinalar estes locais com maior número de acidentes teve por base as Autoestradas, Itinerários Principais, Itinerários Complementares e Estradas Nacionais, onde se registaram pelo menos dois acidentes mortais com uma distância entre si inferior a dois quilómetros, entre Janeiro de 2018 e Abril de 2023.

“Como resultado foram identificados 175 locais, que têm uma extensão acumulada de cerca 325 quilómetros, representando 1,5% da rede rodoviária nacional onde se registaram 468 vítimas mortais, cerca de um terço (31%) do total de vítimas mortais registadas no período referido (1.527), nas vias abrangidas pelo critério”, refere a ANSR.

Os distritos de Lisboa, Setúbal, Porto, Leiria e Aveiro concentram metade da extensão da rede rodoviária (164 quilómetros) com maior número de acidentes mortais, e onde, no período analisado, 232 pessoas perderam a vida (metade das mortes nestes locais).

Lisboa é o distrito onde se registaram mais mortes nos locais com maior concentração de acidentes mortais (53), sendo o trecho da marginal (EN6) entre a praia de Carcavelos e Cascais aquele que mais vítimas mortais registou, não só a nível distrital, mas também a nível nacional: 12.

De seguida, surge um troço no distrito de Setúbal, que registou oito vítimas mortais, e o troço da A1, no distrito de Aveiro, que registou sete mortes.

O IC2, que atravessa os distritos de Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém e Lisboa, é a estrada que tem o maior número de locais de concentração de acidentes mortais (13) numa extensão acumulada de 24 quilómetros e onde se registaram 31 vítimas mortais.

A A1 regista 10 locais distribuídos pelos distritos do Porto, Aveiro, Santarém e Lisboa, numa extensão acumulada de 22 quilómetros e onde também morreram 31.

O IC1 nos distritos de Beja e Setúbal registou seis locais, onde morreram 20 pessoas, tal como a EN125, onde 17 pessoas morreram, e a EN18, que atravessa os distritos de Castelo Branco, Portalegre, Évora e Beja, com 16 vítimas.

A EN4 nos distritos de Setúbal, Évora e Portalegre registou 18 mortes em cinco locais e a EN109 em Leiria e Coimbra, 16 vítimas, também distribuídas por cinco locais.

“No total estas sete estradas representam um terço dos locais de concentração de acidentes vítimas mortais, e um terço das vítimas mortais, no período de referência”, salienta.

A campanha estará presente em ‘outdoors’ em zonas urbanas e nas estradas do país, nas redes sociais dos parceiros habituais, e os locais serão também divulgados através na plataforma de navegação Waze, estando também disponível para outras plataformas que estejam interessadas em divulgar.

“A sinistralidade rodoviária é uma tragédia mundial: todos os anos morrem 1,35 milhões de pessoas em todo o mundo. São 3.700 pessoas por dia, 1 pessoa a cada 24 segundos. É a primeira causa de morte dos 5 aos 24 anos”, refere a ANSR, acrescentando que “em Portugal, e apesar dos bons resultados obtidos nas últimas duas décadas, em média perdem a vida nas estradas e ruas cerca de 600 pessoas, um número muito longe do único aceitável: zero mortes na estrada”.

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