Tudo começou durante a pandemia, quando João Sequeira, de 42 anos, na altura a trabalhar na hotelaria, ficou desempregado. Sem nada para fazer, começou a cozinhar em casa. «Fiquei marafado, acho que todos ficámos, e mudei completamente de rumo. Comecei a fazer croissants e, como o processo era difícil, aquilo agarrou-me – e enquanto não consegui chegar à receita certa não desisti», conta ao Sul Informação.
Quando achou que o produto que tinha em mãos estava pronto para mostrar ao mundo, começou a oferecer croissants a amigos e familiares e «os elogios foram tantos que fui incentivado a andar com isto para a frente».
Ainda durante a pandemia, encarregou-se de levar croissants porta a porta a todos os seus clientes, mas, quando as pessoas começaram a poder sair de casa, achou que estava na altura de seguir para o próximo passo.
«Felizmente, os nossos clientes reconheceram a qualidade dos produtos e, sem dúvida, que foram eles que nos empurraram para avançar para esta segunda etapa, a de abrir um espaço físico», diz.
Agora, é no Mercado de Faro que encontramos todo o tipo de Croissants Marafades, a marca que ele inventou: há os tradicionais, mistos, de nutella, kinder bueno, requeijão, doce de ovos e até alfarroba (a última edição especial, lançada em parceria com a marca algarvia Carob World).
Mas, com a abertura do espaço, em Fevereiro deste ano, João achou que fazia sentido apostar também noutras alternativas: como o pão, salgados e outro tipo de bolos.
«O projeto original não era para ser tão generalista, era para ser só croissanteria e padaria de pães de fermentação natural, mas o projeto evoluiu para isto, porque estamos inseridos aqui no Mercado que, na minha opinião, exige mais do que só croissants», explica João Sequeira.
Questionado sobre aquilo que distingue os seus produtos, principalmente os croissants, o empresário afirma que o segredo está «na dedicação e compromisso».
«Damos a garantia aos nossos clientes de que vamos apresentar uma coisa de qualidade, coisas que eu próprio gostava de comer. A escolha das matérias primas é muito importante. Mesmo que se ganhe um pouco menos, o que importa é apresentar um produto de qualidade com matéria prima de qualidade e, sempre que possível, local».
Além disso, «um dos pontos fulcrais para o croissant ter qualidade é o facto de ser de fermentação lenta, ou seja, demora 36 horas a ser confecionado – e isso faz com que a massa fique mais saborosa e com uma textura mais agradável», diz ainda o responsável do negócio, que começou apenas com uma pessoa, mas hoje já emprega seis funcionários.
João acredita que, com este negócio, veio colmatar mais uma necessidade da região.
«O Algarve precisa muito de coisas diferentes e inovadoras, de gente com fibra e com vontade de mudar o paradigma. Acho que, nos últimos tempos, temos assistido a uma melhoria nesse sentido, mas é preciso mais. A competição externa é cada vez maior e nós devemos comparar-nos sempre aos melhores e apostar sempre na inovação».
Apesar de ter inaugurado o espaço em Fevereiro, João Sequeira diz que ainda não sentiu o efeito da sazonalidade e que, todos os dias, vende, em média, 350 croissants.
«Está a correr muito bem, mas quero mais, claro», remata, não negando que o objetivo futuro será abrir mais lojas.
O Croissant Marafade está aberto de segunda a sexta-feira, das 7h00 às 19h30, e ao fim de semana, das 7h00 às 14h30.
Fotos: Mariana Carriço | Sul Informação
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