Mobilidade Ciclável foi tema de debate em Loulé

Documentário “A Alma de um Ciclista” serviu para complementar debate

O multipremiado documentário “A Alma de um Ciclista”, realizado por Nuno Tavares, serviu de mote para um debate que, na passada semana, levou ao espaço da Casa do Meio-Dia, em Loulé, o tema da mobilidade ciclável e a sua importância no contexto da mitigação dos efeitos das alterações climáticas ou de hábitos de vida saudáveis, bem como os projetos que decorrem no concelho de Loulé.

Através de um grupo de ciclistas “clássicos” e do seu interesse comum pela bicicleta clássica, a película levou os participantes a descobrir valores que se vão perdendo na sociedade moderna, «como a importância da amizade, da ecologia, da valorização do antigo, da rejeição ao consumismo, da aposta na economia circular e, de outras premissas importantes para atingir uma vida mais feliz, mais simples e mais preenchida com o que realmente importa», refere a autarquia em nota.

De seguida, partiu-se para uma conversa sobre o que tem sido a integração da aposta na promoção do uso da bicicleta nas políticas municipais em Loulé.

A Escola tem sido um dos principais eixos deste trabalho, e, por isso, foram convidados três professores de Educação Física que têm estado à frente de projetos como o “Desporto Escolar sobre Rodas”, de âmbito nacional, promovido pelo Ministério da Educação, ou “A Bicicleta vai à Escola”, iniciativa municipal cofinanciada pelo programa europeu “Healthy Cities”.

 

 

De acordo com o Município, introduzir noções básicas e ensinar as crianças a andar de bicicleta, incutindo-lhes também este gosto, tem sido uma tarefa a que se têm dedicado os professores Isabel Guerreiro (Escola EB1 da Fonte Santa, Quarteira), Eduardo Fernandes (Escola EB2,3 António de Sousa Agostinho, Almancil) e Carlos Jara (Escola EB2,3 Padre Cabanita).

Contudo, «apesar de ser alta a aceitação dos alunos, e de muitos alunos já saberem andar de bicicleta, a verdade é que para lá das fronteiras da escola as coisas são diferentes, até porque há receio por parte dos pais no que toca à segurança dos ciclistas nas estradas», refere a autarquia.

Este é, de acordo com o vereador Carlos Carmo, «um problema cultural, de mentalidade, que dificulta essa coabitação entre automobilistas, ciclistas e peões».

 

 

«É com os miúdos que temos a capacidade de mudar e de educar para a valorização da bicicleta como meio de mobilidade, promotor de um estilo de vida saudável, reeducando-os para a importância dessa coabitação e dessa segurança», considerou, acrescentando que «em termos de mobilidade suave acertámos». Contudo, diz que «falta contribuir para mudar o ship no que se refere à segurança. Numa escola de condução ensinam-nos a conduzir mas não ensinam a coabitarmos com outro tipo de mobilidade».

A entrega de mais bicicletas às escolas e o projeto de implementação de um sistema partilhado de uso público com mais de 500 bicicletas em vários pontos do concelho (cujo concurso público será lançado até ao final deste ano) são algumas das ações que irão avançar em breve, assegurou Carlos Carmo.

«Não podemos comprar a felicidade mas podemos comprar uma bicicleta, que é quase a mesma coisa», disse um dos professores no encerramento de mais um evento que fez parte da Semana do Clima em Loulé.

 

 



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